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    CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2020

esquina

Da Vinci XI, o cirurgião

Um robô de ponta no SUS

Gustavo Zeitel | Edição 162, Março 2020

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Um paciente com câncer de próstata é levado em uma maca para o centro cirúrgico do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Naquela manhã de 5 de fevereiro, quarta-feira, ele será operado pelo robô Da Vinci XI, um robusto aparelho de cor metálica, composto de três partes, uma delas semelhante a um polvo. Com seus quatro tentáculos, Da Vinci XI fará uma prostatectomia radical, ou seja, a remoção da próstata do homem de 58 anos.

A maca estaciona no centro cirúrgico. Dois enfermeiros preparam o paciente e cobrem parte do corpo com um pano azul. Em seguida, separam os materiais em uma mesa retrátil ao lado direito da cama. Feito isso, Da Vinci XI é acionado. O robô emite um bip (como o dos telefones celulares ao serem ligados), e suas três partes entram em sincronia.

À esquerda do leito fica a estrutura vertical em forma de polvo, com os braços argutos – três deles carregam pinças; o quarto, uma microcâmera de vídeo. Em frente, uma estação reproduz as imagens da câmera em resolução 4K (de maior nitidez e com mais detalhes) para que médicos e enfermeiros acompanhem o procedimento. No fundo da sala está a terceira parte de Da Vinci XI: o ponto de controle, de onde o cirurgião José Anacleto Dutra de Resende Júnior terá uma visão tridimensional de todo o processo enquanto dirige o robô. “A chamada cirurgia robótica, na verdade, é controlada pelo médico”, pondera Resende, de 43 anos, líder da equipe de três urologistas que participam da operação.

 

Antes que Da Vinci XI se ponha a trabalhar, os médicos insuflam o abdômen do paciente com gás carbônico e fazem ali quatro orifícios, entre 5 mm e 12 mm, que serão os caminhos para a entrada dos ganchos. Para ilustrar os benefícios da tecnologia, Resende compara o seu dedo indicador com um dos ganchos. “Veja só, as pontas dele são muito mais finas do que o meu dedo”, explica. “A tecnologia diminui os sangramentos e permite que sejam feitos movimentos com ângulos que não conseguimos.”

Em seguida, o cirurgião vai para o ponto de controle, senta-se e exclama: “Apagar as luzes!” No ambiente às escuras, espalha-se a luz azulada emitida pelo robô. Resende ajeita a cabeça no visor. “É como se eu estivesse em um carro”, afirma o médico. Todos ficam em silêncio. É hora de Da Vinci XI entrar em ação.

 

O Hospital Pedro Ernesto, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)  foi a  primeira instituição vinculada ao SUS  a ter um Da Vinci XI. O robô, que custou 16 milhões de reais, chegou ao hospital no início do ano passado. Desde então, é usado diariamente pela urologia e ginecologia, além de atender a demandas da cirurgia geral. Desde sua chegada, Da Vinci XI já fez 158 operações. “Primeiro, capacitamos os médicos para usar o parque tecnológico do hospital. Agora, vamos criar um programa para que os estudantes possam aprender a usar o robô”, conta o diretor do Pedro Ernesto, o médico urologista Ronaldo Damião, de 69 anos.

 

Damião acomoda-se em uma poltrona à mesa oval do escritório da diretoria, revestido de paredes de madeira e mobiliado com sofás de couro ao estilo da época da inauguração do hospital, em 1950. Ele se mostra satisfeito com os avanços tecnológicos da unidade. “A plataforma xi é a mais avançada, porque o médico tem uma visão 3D das imagens no ponto de controle e o modelo tem um braço a mais que os modelos anteriores”, diz, entre um gole e outro de café.

 

A história dos robôs Da Vinci começa nos Estados Unidos, na década de 1980, com os estudos da SRI International, instituto de pesquisa sem fins lucrativos originalmente ligado à Universidade Stanford. A primeira versão foi lançada em 1999 pela empresa norte-americana Intuitive Surgical, e, hoje, os robôs estão espalhados por cerca de 5 mil hospitais no mundo. No Brasil, existem aproximadamente 55 aparelhos da plataforma XI, quase todos em hospitais privados.

Para a comunidade científica, os robôs Da Vinci são motivo de intensos debates: já foram publicados mais de 18 mil artigos sobre eles. Entre suas especialidades, está a prostatectomia radical, aplicada em pacientes que sofrem de câncer de próstata, o segundo tipo de doença mais comum entre os homens, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer – aproximadamente 66 mil brasileiros devem ser diagnosticados com a doença em 2020.

 

Enquanto mergulha os olhos no visor 3D, Anacleto Resende segura os dois controles do robô, parecidos com joysticks. Os movimentos realizados pelo médico são mimetizados pelos tentáculos de Da Vinci XI, que começam a se mover com incrível precisão. Os ganchos com a câmera e as pinças penetram nos quatro orifícios feitos no paciente. Quando precisa mudar de tentáculo, Resende simplesmente aciona os pedais no ponto de controle. Da Vinci XI domina o paciente e inicia a longa viagem até a próstata.

O próximo passo é chegar até a glândula e afastá-la da bexiga. As pinças do robô, parecidas com bocas de filhotes de jacarés, seguem em frente, separando as gorduras indesejadas que atrapalham o procedimento. “Essa bexiga está cheia. Vamos esvaziar, por favor?”, diz o médico, ao perceber a dificuldade do robô para acessar o local preciso. Resende e Da Vinci XI vivem uma cena digna de ficção científica, em que já não se consegue distinguir as ações humanas das robóticas, no percurso cheio de desafios até a próstata.

Cada vez que o cirurgião aciona o dispositivo de cauterização de vasos – ação executada por um dos ganchos –, o robô emite um som e o monitor exibe uma luz verde. Apesar da precisão de Da Vinci XI, é normal que sangue espirre na microcâmera. “Vamos limpar a ótica!”, ordena o cirurgião. O braço do robô se move, e a câmera é retirada do abdômen do paciente. Depois de limpa, é introduzida de volta. Quando finalmente avista a próstata, a equipe se espanta. A glândula é pequena, o que dificulta a cirurgia. Após afastar a bexiga, as pinças limpam a região e, mordida após mordida, liberam a parede da uretra.

A operação torna-se mais lenta. Com a ajuda de um beniquê (uma espécie de  sonda) e um clipe de polímero, os tentáculos do robô recolhem a próstata. Após cinco horas, a operação é concluída com sucesso. “Essa foi chatinha”, diz Resende, sorrindo. O suor escorre de sua testa, apesar da temperatura do centro cirúrgico variar entre 17 e 22ºC. Da Vinci XI recolhe seus tentáculos e volta à estrutura vertical, em um movimento de rotação lento e elegante.

Gustavo Zeitel
Gustavo Zeitel

É jornalista

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