CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2025
Do zero ao infinito
O intérprete do artigo 142 da Constituição e as chances de golpe
Angélica Santa Cruz | Edição 226, Julho 2025
Na tarde fria de 10 de junho, terça-feira, o jurista Ives Gandra da Silva Martins entrou na sala de reuniões de seu escritório, a duas quadras da Avenida Paulista, empurrando um andador de rodinhas com o assento lotado de livros. Eram cinco da tarde. Dezenove minutos antes, Jair Bolsonaro encerrara seu depoimento ao STF na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil.
O professor Ives Gandra, como costuma ser chamado o tributarista de 90 anos, não acompanhou a transmissão ao vivo do interrogatório. Mas foi, de certa forma, onipresente nas audiências. É dele a interpretação do artigo 142 da Constituição de 1988 que dava munição à chamada minuta do golpe. Um arquivo encontrado pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid tinha o título “Análise Ideias Ives Gandra”. O texto discorria sobre a atuação das “Forças Armadas como poder moderador”.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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