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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2012

esquina

Dolce vita com trufas

Opulência e indigestão nos cinemas vips de São Paulo

Vanessa Barbara | Edição 74, Novembro 2012

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O trailer de  Amanhecer – Parte 2 estava no final quando dois garçons galgaram os degraus da sala de cinema com uma garrafa de vinho Chakana Malbec e uma cumbuca de cristal confeccionada pela artista Rossana Gobbi. Dentro dela, seis camarões de Fortaleza “cozidos à perfeição”, acompanhados de três tipos de molho: lemon pepper, teriyaki e blue cheese.

A cena é corriqueira no Cinépolis VIP do Shopping JK Iguatemi, inaugurado há quatro meses na Zona Sul de São Paulo. O novo complexo de cinemas tem oito salas com os ingressos mais caros da cidade: 72,30 reais para assistir a um filme em tecnologia 4D (com cheiros e movimentos), 42,50 reais na sala com tela Imax e 53,30 reais para usufruir uma experiência diferenciada em uma das seis salas de luxo.

Nesses recintos, há em média oitenta poltronas por sala, contra as 148 de um cinema padrão como o Cinépolis Mais Shopping Largo 13, na Zona Sul. No Box Cinépolis Itaquera, na Zona Leste, a média de poltronas é de 297 por sala, e os ingressos custam 17,50 reais.

Nas salas VIP do JK Iguatemi, assim como nas do Shopping Iguatemi Alphaville, inaugurado em abril do ano passado, as poltronas são de couro italiano e possuem sistema elétrico de reclinação de quase 180 graus. Com 55 centímetros de largura, foram premiadas pelo jornal O Estado de São Paulo no 8o Oscar das salas de cinema. O braço é almofadado, retrátil e tem mais de 10 centímetros de largura. Há um vasto corredor de distância entre os assentos.

 

Ao contrário do que se poderia supor, Eike Batista não estava por lá. O vinho havia sido requisitado por duas velhinhas na fileira C, que analisaram detidamente o menu de bebidas, acionaram um botão ao lado da cadeira e interagiram com um sorridente garçom de nome Felipe, a quem pediram meia garrafa de um Malbec argentino, a 39 reais. Ele anotou o pedido num smartphone, solicitou o pagamento através de uma máquina de cartão de crédito e, minutos depois, trouxe a bebida. Pés para cima, as duas bebericaram o líquido de um “destacado aroma de frutas vermelhas com sutis toques de especiarias e flores secas, e taninos aveludados, de intenso final” enquanto assistiam ao filme francês Intocáveis.

Há um abajur entre as duplas de poltronas para facilitar a leitura do menu, repleto de descrições, enfeitadas de adjetivos, dos drinques servidos no local, e uma mesinha de vidro onde os garçons pousaram ruidosamente meu coquetel de camarão (30 reais) – que não era um milk-shake de crustáceos, como eu pensava.

A experiência de assistir a um filme enquanto se mergulha um camarão em molho de queijo é perturbadora. A começar pelo cheiro de peixe, que impregna o local e não é dissipado nem com o afastamento da mesinha retrátil para longe do campo de visão.

 

O odor permanece nos dedos mesmo após a utilização de um guardanapo extragrande, possivelmente o maior do circuito, e um lenço refrescante desodorizante. A questão da higiene fica ainda mais difícil por causa de meu outro pedido: pipoca com azeite trufado (13,50 reais o saco pequeno).

A carta de pipocas gourmet oferece sete opções: light, parmesão, caramelo, ervas finas, chocolate belga, Romeu e Julieta e pimenta com limão. Como complemento, sugere “harmonizar a leveza dos melhores azeites em sua pipoca” com um pote de azeite de trufas, manjericão, azeitonas pretas ou limão. O espectador é que deve entornar o recipiente na pipoca, tomando o cuidado para não derramar o óleo no colo ou, pior, nas poltronas de couro.

 

São Paulo é a cidade com a maior oferta de cinemas de luxo no Brasil (também chamados de VIP, prime, platinum, premium, premier ou splendor): ao todo, são dezoito salas. Aberto em 2008, o pioneiro foi o Bradesco Prime (da rede Cinemark), no Shopping Cidade Jardim, que conta com um lounge “privado” e “descontraído”, além de cardápio assinado pela chef Morena Leite. Lá se pode assistir a um blockbuster degustando canudinhos de pato e roll de bacalhau. O sucesso foi tamanho que hoje são cinco salas do grupo, uma no Shopping Tamboré.

 

Há também duas salas Platinum no Shopping Vila Olímpia (rede Kinoplex), duas Splendor no Shopping Pátio Paulista (rede Playarte) e três VIPs no Shopping Iguatemi Alphaville (rede Cinépolis), junto com as novas seis do JK Iguatemi. A Cinépolis afirma ser a criadora do conceito de cinema de luxo, tendo inaugurado as primeiras salas na Cidade do México em 1999. Hoje possui 170 em operação pelo mundo.

Durante a sessão de Intocáveis, praticamente lotada, quase todas as mesas estavam ocupadas por taças de vinho com taninos estruturados (de 23 a 38 reais). Alguns tomavam coquetéis de vodca Grey Goose, criados pelo mixologista Pablo Moya, ou cervejas premium como a Erdinger (26 reais) e a La Trappe (70 reais).

Nas fileiras da frente, talvez para demonstrar o quanto estava à vontade nesta vida, um homem de terno esticou os pés na poltrona e tirou os sapatos.

“Eu me senti na classe executiva da Delta. Só faltaram aeromoças me chamando de Mr. Santos”, declarou o advogado Fernando Gherardini Santos, que foi ao Iguatemi Alphaville para ver um filme tomando prosecco italiano e comendo canapés de salmão.

Adepta do jornalismo participativo, esta repórter experimentou ainda na mesma sessão do JK Iguatemi um mini-hambúrguer de picanha com picles e um mini-hot dog com batatas sorriso, só para se arrepender em seguida. Não chegou a pedir o boat de sushis, nem o crepe de manga. Já a pipoca com azeite trufado tinha gosto de óleo queimado e contribuiu para a azia pós-filme.

Resta imaginar como ficaria a digestão dos espectadores na sala 4D, onde há superventiladores, luzes estroboscópicas, fumaça, aromas e borbulhas sincronizados ao filme, além de um sistema eletrônico de movimentos nas poltronas para simular vibração, queda, trepidação, balanço, aceleração e frenagem. “É que nem ver filme em um touro mecânico”, resumiu um popular no site FourSquare. Touro de luxo, claro.

Vanessa Barbara
Vanessa Barbara

Escritora e jornalista, é colaboradora do New York Times e da New York Review of Books. Publicou o romance Noites de Alface (Alfaguara) e Mamãe Está Cansada (Companhia das Letrinhas). ). É autora do periódico digital A Hortaliça na plataforma Substack.

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