O paleontólogo Alexander Kellner é o principal estudioso dos pterossauros encontrados na Chapada do Araripe, no Nordeste brasileiro, onde está um dos mais ricos depósitos de fósseis de répteis extintos em todo o mundo. Suas pesquisas já lhe renderam mal-entendidos e até uma prisão FOTO: LARA VELHO_2011
É osso
Agruras de um pesquisador dos répteis extintos
Bernardo Esteves | Edição 93, Junho 2014
No ano passado, o site de leilões eBay pôs à venda o esqueleto de um fóssil brasileiro. Era um pterossauro, um réptil voador que viveu há 120 milhões de anos no território hoje ocupado pela chapada do Araripe, na região que abrange o sul do Ceará e parte de Pernambuco e Piauí. O esqueleto, com 1 metro de altura e 3 de envergadura, parecia em notável estado de conservação. Apenas um terço dele era composto por fósseis de verdade – os outros ossos eram réplicas de material sintético.
Anunciado por uma loja chamada Geofossiles, sediada no interior da França, o pterossauro pertencia a um colecionador particular que o deixou em consignação para que fosse vendido – pedia 250 mil dólares. O responsável pelo estabelecimento, David Guery, disse ter recebido ofertas sérias de dois museus, um da Europa e outro do Rio de Janeiro. Como os valores eram bem inferiores ao lance inicial, o negócio não foi fechado.
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