ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2016
Enxadrista de Cristo
Mequinho brilha na Festa da Uva
Paula Sperb | Edição 114, Março 2016
“É uma emergência. Vamos telefonar agora!” Terminada a partida que lhe havia exigido uma hora de esforço mental, Henrique Costa Mecking, o Mequinho – melhor enxadrista brasileiro de todos os tempos –, hoje com 64 anos, vibrava de felicidade. Mesmo com a vitória não quis abrir mão do auxílio divino para seguir adiante no 14º Torneio Aberto Internacional de Xadrez da Festa da Uva, em Caxias do Sul, em meados de fevereiro.
“Ele quer ligar para as freiras”, explicou um amigo. Por telefone, Mequinho conversou com as religiosas que, como ele, moram em Taubaté, no interior paulista. Depois de ganhar uma partida difícil contra Andrés Rodriguez, de 42 anos, considerado o melhor jogador da história do Uruguai, Mequinho sabia que os jogos seguintes seriam desafiadores. Precisava de apoio espiritual. Ser o único brasileiro a ter alcançado a terceira posição entre os melhores do mundo, em 1977, parecia não ser o bastante para gerar a autoconfiança necessária.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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