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    CRÉDITOS: ANDRÉS SANDOVAL_2025

esquina

Esperando Davi

Seis horas de teatro do absurdo na eleição do presidente do Senado

Camille Lichotti | Edição 222, Março 2025

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Às dez da manhã do dia 1º de fevereiro, a cena no Senado já estava montada. Havia microfones, câmeras, jornalistas. Havia assessores com seus melhores paletós se acotovelando para garantir uma visão privilegiada do plenário. Só não havia surpresa: todos sabiam que Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) seria eleito para a presidência da Casa. Restava esperar. Por seis horas. Em um sábado.

Alcolumbre estava ungido desde o ano passado, quando sua reeleição foi acertada num acordo caleidoscópico que reuniu governo, oposição e todo o resto. Depois de comandar o Senado entre 2019 e 2021, de organizar a distribuição de emendas parlamentares e de articular a eleição do sucessor (e agora antecessor) Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sua volta ao cargo era certa.

Entre ministros, ex-senadores, governadores e prefeitos, Alcolumbre circulava sorridente, distribuindo apertos de mão ou algum beijo, dependendo do grau de intimidade com o interlocutor. O burburinho era tanto que mal se ouvia o discurso de Pacheco, que tentava dar início à sessão. “Senador Davi Alcolumbre, peço que ocupe seu lugar para facilitar o início do trabalho”, disse ele, em tom professoral. “Eu peço aos nossos visitantes que esvaziem o plenário.” Pacheco ainda interromperia a sessão mais 22 vezes para pedir silêncio.

 

Àquela altura, apenas quatro candidatos à presidência do Senado estavam registrados: Soraya Thronicke (Podemos-MS) e os bolsonaristas rebeldes Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Eduardo Girão (Novo-­CE) e Marcos do Val (Podemos-ES). Alcolumbre só formalizou sua candidatura às 10h46, já com a sessão em andamento. O senador Jayme Campos (União Brasil-MT) dirigiu-se ao microfone, impostou a voz e anunciou: “Colegas senadores e senadoras, eu quero aqui, em nome do União Brasil, solicitar à Mesa Diretora que faça o registro da candidatura a presidente do Senado Federal do ilustre e eminente senador da República Davi Alcolumbre.”

A plateia explodiu em aplausos e assovios.

 

Nas seis horas de interregno, o teatro político ganhou contornos absurdos. Entre discursos protocolares, pequenas rebeliões caricatas e os tradicionais recados para a imprensa e os oponentes, Pacheco conduziu a sessão como se houvesse ali uma disputa real. Um a um, quinze líderes políticos foram ao microfone para encenar a orientação de voto – uma coreografia que durou quase uma hora e meia.

 

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) foi o primeiro. Em vez de orientar o voto, gastou seu tempo elogiando Pacheco e prometendo que o país o recompensaria. “O senhor está na história definitivamente do Congresso Nacional”, disse. “E repito: tenha a cabeça erguida e saiba que será substituído por um outro homem público com as mesmas qualidades que você tem.”

Eduardo Braga (MDB-AM) levou dez minutos para declarar apoio a Alcolumbre e já adiantar as indicações de seu partido às comissões: Renan Calheiros, de Alagoas, na presidência da Comissão de Assuntos Econômicos, e Marcelo Castro, do Piauí, na Comissão de Assuntos Sociais. “E o MDB estará na Comissão do Clima também”, acrescentou, sem divulgar nomes.

Às 11h22, a sessão foi interrompida pela ex-senadora Kátia Abreu, que surgiu de repente junto à Mesa Diretora, como que a passeio. Tinha postura menos combativa da que na última eleição de Alcolumbre, em 2019, quando subiu à Mesa Diretora e arrancou das mãos do senador a pasta de couro azul com documentos da sessão que ele próprio presidia. Desta vez, Pacheco a cumprimentou com gentileza e fez questão de registrar que Abreu estava fazendo aniversário naquele sábado. Ela acenou ao plenário e, com um sorriso amarelo, recebeu votos de felicidade e vida longa. (O aniversário da ex-senadora, de fato, seria no dia seguinte.)

 

Como se insinuasse que ainda havia uma votação pela frente naquela manhã, o senador Otto Alencar (PSD-BA) fez um discurso breve e afagou Pacheco, lembrando-o do governo de Minas Gerais. “Eu estarei à frente da sua campanha, [para que o senhor seja] o grande novo jk [Juscelino Kubitschek]”, disse, triunfante.

Em seguida falou o líder oficial do PSD no Senado, Omar Aziz (AM). Justificou o apoio a Alcolumbre “por respeito a Rodrigo Pacheco”. Aproveitou para fazer um apelo pelo fim da dependência de fertilizantes importados e para criticar os ambientalistas brasileiros “que não sabem distinguir uma árvore da outra”. Encerrou sua fala com um comentário sobre a futura reforma ministerial do governo Lula. “Muita gente pede a cabeça do Padilha”, afirmou, apontando para o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que levantou os braços, como um homem rendido, e caiu na gargalhada. A plateia, mais uma vez, explodiu em risadas e gritos. (Semanas depois, Padilha seria escalado para o Ministério da Saúde).

Enquanto transcorriam os discursos, Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo Lula no Congresso, grudava no cangote de Alcolumbre, seu colega do Amapá. Como se comemorasse um título de Copa do Mundo, abraçou-o várias vezes e se enfiou em todas as fotos – sempre usando um boné azul com a frase “O Brasil é dos brasileiros”, o espirituoso slogan cunhado pela comunicação do governo.

Os discursos dos “candidatos” só começaram depois do meio-dia. O astronauta foi o primeiro. Prometeu desengavetar pedidos de impeachment de ministros do STF e “lutar pela anistia” dos presos pelo 8 de Janeiro. “Aproveito também para lamentar qualquer inconveniente causado, de alguma forma, àqueles que se sentiram desconfortáveis com a minha candidatura”, acrescentou, num aceno a Jair Bolsonaro, que declarou apoio a Alcolumbre e repreendeu publicamente os dissidentes da sua base (o acordo envolveu a indicação de Flavio Bolsonaro para o comando da Comissão de Segurança Pública). O senador Carlos Portinho (PL-RJ) até tentou trazer Pontes de volta ao eixo na sua fala inicial: “Ninguém vai à Lua sozinho”, alertou. Foi ignorado pelo plenário.

Entre os lunáticos, Marcos do Val se destacou. Reclamou da censura do STF e ergueu na tribuna uma lista com nomes de senadores que assinaram uma declaração contra “violações da Constituição”. Falou de sua “relação profissional” com o secretário de Estado americano, garantiu que Elon Musk estava ciente dos ataques contra ele e afirmou que sofre “a maior perseguição política da história” do Brasil. “E [ainda] tem gente rindo aqui!”, reclamou Do Val. Como alguns até lhe davam as costas sem nenhuma cerimônia –, o senador continuou tentando chamar a atenção no grito. “Eu coloquei meu nome em dezembro do ano passado e só ontem os meus pares souberam que eu era candidato à presidência do Senado”, disse, indignado.

 

O único momento de silêncio no plenário ocorreu durante o discurso de candidatura de Davi Alcolumbre. Senadores acomodaram-se para ouvi-lo falar em lealdade e na “luta” em prol dos municípios. “Acordo firmado é acordo cumprido. Até que um novo acordo ou uma nova maioria decida diferente”, afirmou Alcolumbre, deixando a gravidade do plenário pesada pela primeira vez naquele dia.

No fim das contas, Marcos do Val e Soraya Thronicke retiraram suas candidaturas. A votação começou às 14h07, em cédulas de papel. Às 15h04, confirmaram-se 81 cédulas na urna – uma vitória da logística, já que, na eleição de Alcolumbre em 2019, apareceram 82 votos, mais que o número de senadores, e o processo precisou ser refeito.

A contagem seguiu nome por nome. A única surpresa genuína da plateia ocorreu quando Marcos Pontes recebeu o terceiro voto (ou seja, além dele, mais dois haviam cometido esse gesto corajoso). Ao anúncio do 41º voto para Alcolumbre, que o deixava matematicamente eleito, a gritaria foi catártica. “Continua, continua!”, vibraram outros senadores, já amontoados em torno do futuro presidente, num coro liderado por Cid Gomes (PSB-CE).

Alcolumbre venceu com 73 votos. Às 15h24, sentou-se na cadeira de presidente e fez seu discurso de posse. A eleição foi encerrada oficialmente às 15h42. Pouco depois, já no comando, ele deu início à sessão seguinte, para eleger os ocupantes dos demais cargos da Mesa Diretora. Como só havia candidaturas únicas, a reunião durou cinco minutos, terminando às 15h48.

 

Do lado de fora do prédio do Senado, a manhã ensolarada tinha dado lugar a um céu fechado. Às 16 horas, o sábado já estava arruinado em Brasília.

Camille Lichotti
Camille Lichotti

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