CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2025
Fungos turísticos
O caminho dos cogumelos na serra fluminense
Amanda Gorziza | Edição 228, Setembro 2025
Uma jovem descobre um cogumelo em uma trilha no Parque Nacional da Serra dos Órgãos – unidade de conservação cujo acrônimo parece cunhado por Olavo Bilac: Parnaso. A cena se assemelha a uma caça ao tesouro. Os guias que acompanham o grupo de estudantes são chamados para identificar o achado, mas não o reconhecem de imediato. “Cadê o livro?”, um guia pergunta ao outro, se referindo a um catálogo de fungos. Só depois de encerrada a trilha, o espécime é identificado: trata-se de um Coprinellus micaceus, popularmente conhecido como chapéu-de-mica, uma espécie comestível. Ao tocá-lo, uma estudante tem uma evocação do restaurante universitário: “Parece o cogumelo do estrogonofe do bandejão.”
A cena se passou na manhã de 24 de junho, terça-feira, quando alunos do curso de turismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) se reuniram na sede de Teresópolis do Parnaso para fazer uma trilha de observação de fungos – ou micotrilha. “Mico”, do grego mukes, quer dizer fungo. Daí vem “micologia”, ramo da biologia que estuda o reino ainda pouco explorado desses seres (estima-se que mais de 90% dos fungos não foram descritos cientificamente).
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
ASSINELeia Mais
