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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2012

esquina

Garotas boas de briga

Tensão e suor no primeiro torneio brasileiro de roller derby

Clarice Reichstul | Edição 74, Novembro 2012

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Quando não está de patins, a paulistana Julia Beirão, de 34 anos, é engenheira de som. Basta que ela calce o acessório para incorporar a persona de Carnage Miranda. Vira uma guerreira sobre rodas. Sentada no chão num domingo de outubro, ela se preparava para entrar em ação num ginásio em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Caprichou no esparadrapo em volta do joanete. “É um silver tape de gente, né?”, disse, rindo. “Usamos para proteger os patins e esparadrapo para o corpo.”

Carnage Miranda é a capitã das Ladies of HellTown, que em breve entrariam na pista para enfrentar as Grey City Rebels. Masque ninguém se engane pelo nome: os dois times são paulistanos da gema. Disputavam o 1º Brasileirão de Roller Derby – um esporte importado que ainda não tem vocabulário próprio no vernáculo. Das posições das atletas aos apelidos das jogadoras, tudo ali se diz em inglês.

O roller derby é disputado numa pista oval por duas equipes de cinco meninas, todas usando patins daqueles mais antigos, com rodas paralelas. As atletas passam a partida dando voltas no circuito. Cada time tem uma jammer (ou artilheira) que tenta ultrapassar as adversárias – um ponto é marcado a cada rival deixada para trás. Impedir seu avanço é a tarefa das outras atletas, as bloqueadoras (blockers). Para isso, vale empurrar a adversária para fora da pista ou impedir seus movimentos, formando uma parede humana; golpes pelas costas não valem.

 

Para o torneio, uma pista foi improvisada com fitas adesivas coloridas no piso de cimento da quadra de um colégio de freiras. As meninas esperavam o apito inicial do juiz Sugar Daddy, trazido dos Estados Unidos especialmente para a ocasião. Tomadas pela tensão, nenhuma delas parecia incomodada com a mistura nauseabunda de chulé e suor que dominava o ambiente após três dias de convivência intensa.

Defendendo as Rebels, a bloqueadora Oniguiri Bomb, uma oriental miúda que parecia calçar patins de número 32, foi empurrada para fora da pista pela gigantesca Napalm Dash e se estatelou no chão. À beira da pista, jogadoras reclamavam de uma falta não marcada pelo juiz. À medida que as atletas se cansavam, ouviam-se gritos, reclamações e um choro furtivo.

Com tanta excitação, ninguém se lembrou do que havia sido combinado nos treinos. “Nossa estratégia teoricamente era concentrar na defesa, mas não foi isso que aconteceu na pista”, admitiu Carnage Miranda. Ao final do jogo, ela nem sequer conseguia dizer de quantas rodadas havia participado.

 

Oroller derby nasceu nos anos 30, durante a Grande Depressão nos Estados Unidos. Alternou momentos de popularidade e de ostracismo ao longo do século XX, vivendo sua última febre nos anos 70, quando inspirou o filme de ficção científica Rollerball. Originalmente, o esporte era praticado por meninos e meninas. Quando renasceu nos anos 2000 pelas mãos de um grupo de mulheres texanas, tornou-se um palco para a exaltação de valores feministas e do punk rock de maneira burlesca. A nova versão do jogo se espalhou com a ajuda de um filme de 2009 de Drew Barrymore, Garota Fantástica. Com mais de 1 200 ligas ativas, campeonatos internacionais e uma estrutura bem organizada, a modalidade pleiteia uma vaga nas Olim-píadas de 2020.

Os nomes de guerra de atletas, juízes e treinadores formam uma galeria bem-humorada de trocadilhos com personagens da cultura pop e kitsch e referências ao universo das armas e da velocidade. No Brasileirão, estiveram em ação atletas como Pink’iller, Female Trouble, Coach D. Araque e Guillotina Fey. Embora o roller derby ainda seja refém do imaginário norte-americano, algumas garotas já se sentiram à vontade para tropicalizar seus codinomes – como fizeram Carnage Miranda e Angela Ro Roller, bloqueadora da equipe carioca Sugar Loathe Derby Girls.

O time liderado por Miranda tem mulheres de 16 a 34 anos. Entre elas, uma estudante de moda, uma publicitária, uma redatora, uma dona de livraria de quadrinhos e uma turma de veterinárias. Algumas são do rock, outras fazem o estilo patricinha. No figurino, havia meias arrastão, shorts minúsculos, camisetas pretas e brancas. Contrastando com cabelos coloridos, maquiagem carregada, tatuagens e piercings distribuídos entre as atletas, os pais, avós, primos e namorados que ocupavam as arquibancadas davam ao torneio um clima mais comportado e escolar.

 

O Brasileirão não foi propriamente um torneio, mas um evento para difundir a modalidade. Em três dias, os treze times – ou ligas, como preferem se denominar – participaram de uma oficina de arbitragem. A iniciativa foi mais que oportuna, já que a maioria das jogadoras mal conhecia o minucioso livro de regras da modalidade – algumas nem sequer sabiam patinar direito. A maioria estava ali para observar e aprender.

Das três partidas disputadas no domingo, a de maior voltagem foi a que opôs as duas equipes paulistanas, pois as Grey City Rebels são uma dissidência das Ladies of HellTown. Apesar das provocações entre as atletas pelo Facebook até a véspera, Carnage Miranda fez pouco caso da rivalidade. “No fundo, as Rebels são muito parecidas conosco.” Ela atribuiu o estranhamento entre os times à falta de convivência e previu que a poeira baixaria depois do Brasileirão.

Durante a batalha, as dissidentes Rebels saíram na frente e parecia que derrotariam o time que lhes deu origem. Mas acabou valendo a tradição: as Ladies viraram e venceram por 118 a 105. Quem disse que meninas não gostam de brigar?

Clarice Reichstul

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