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A golpista do Bumble

    Eu precisava de água: “Você banhou mil anos da minha secura. Eu fico brega, brega. Que delícia” CRÉDITO: BILL MAYER_2022_DO LIVRO TALES FROM THE PICKLE PATCH (BILL MAYER STUDIO)

anais do tesão

A golpista do Bumble

Tatá, 42 anos, ghost-writer – esse foi o personagem que criei para ver o que a paquera virtual me reservava

Tati Bernardi | Edição 188, Maio 2022

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Sabe aquele papo de que a pessoa está vendo Big Brother Brasil por causa de um mestrado na USP cujo título cabeçudíssimo é algo como: Uma Etnografia do Grande Outro e o Elã Persecutório a Posteriori? Pois bem, eu entrei em um aplicativo de paquera para escrever este texto para a piauí. Estou aqui em dúvida entre dois títulos: “O neoliberalismo e o aliciamento consentido de adeptos virtuais como forma de não engajamento a priori” e “Resistência e ativismo: Vai ter mãe divorciada trepando, sim”. Qual será que o editor vai escolher? (Acabei de saber que escolheram um outro, menos militante.)

O Bumble, que meus amigos progressistas com algum dinheiro chamam de “o Tinder menos pior” (e aqui é importante analisar que, se por um lado não queremos pessoas com poucos livros, tampouco queremos muitos quilômetros que nos afastem da região de Pinheiros, em São Paulo – somos apenas mais um tipo de gente merda e não os heróis do Instagram), é um aplicativo autointitulado feminista. Não quer dizer que não tenham babacas, quer dizer apenas que é a mulher que começa o papo com os babacas. Valeu aí, Bumble, eu já nem termino meu dia cansada mesmo!

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Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

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