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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2020

esquina

Hanói vence outra vez

Uma das batalhas mais bem-sucedidas do mundo contra o novo coronavírus

Wagner Lacerda Dantas | Edição 165, Junho 2020

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De Hải Dương

Deixei Wuhan, na China, epicentro inicial da Covid-19, uma semana antes de isolarem a cidade, no final de janeiro. Eu tinha planejado passar o feriado do Ano-Novo Chinês, no dia 25 daquele mês, em Hải Dương, no Vietnã, na casa da minha namorada, que é vietnamita. Meu plano inicial era ficar apenas duas semanas e voltar para Wuhan, onde faço um curso de mandarim avançado na Universidade de Hubei.

Estou em Hải Dương há mais de três meses, e aqui me sinto no lugar mais protegido do mundo. Até 28 de maio, ninguém havia morrido por causa do novo coronavírus no Vietnã, onde o número de casos de contágio (até a mesma data) era assombrosamente pequeno: 327.

 

Por que essa nação de 100 milhões de habitantes – ou seja, quase a metade da população brasileira –, encostada na China, não foi atingida pela tragédia provocada pela Covid-19? A resposta pode ser encontrada tanto nas ações rápidas do governo quanto na história e na cultura do país.

O Vietnã foi palco de muitas guerras durante o século XX e saiu vitorioso do principal conflito, no qual enfrentou os Estados Unidos. Dessas lutas, os vietnamitas tiraram inúmeras lições. Uma delas é que, para vencer, é preciso estar unido. Aqui, as pessoas atribuem um alto valor à coesão social e estão inclinadas a seguir as determinações do governo socialista, que tem conseguido fazer o país crescer à taxa de 5% ao ano, em média.

No início de fevereiro, quando o novo coronavírus começou a se espalhar pelo mundo, o governo do Vietnã logo tratou de fechar a fronteira de cerca de 1 200 km com a China e suspender os voos para lá, apesar dos prejuízos que traria a suspensão parcial dos laços com um de seus maiores parceiros comerciais.

 

O governo também fechou as escolas, passou a medir a temperatura das pessoas nos locais públicos e tornou obrigatório o uso de máscara, que começou a produzir em grande escala e a distribuir gratuitamente. Em lugares estratégicos, instalou cabines de desinfecção que lançam nas pessoas uma fumaça de ozônio capaz de matar 90% dos vírus e bactérias, segundo especialistas. Para identificar rapidamente os casos positivos de contágio, criou um aplicativo no qual cada casa cadastrava o estado de saúde dos seus moradores.

No início, os vietnamitas, como todos os povos, ficaram apreensivos e com medo. Uma de suas primeiras reações foi correr aos supermercados e estocar alimentos. Mas, em mensagens transmitidas a todos os celulares do país, o presidente Nguyễn Phú Trọng e o ministro da Saúde, Nguyễn Trương Sơn, garantiram que não haveria desabastecimento e pediram calma à população. A situação nos supermercados, pouco a pouco, voltou ao normal e, de fato, não houve escassez de produtos.

Em março, as autoridades fecharam vários comércios e pontos turísticos. O Exército foi convocado para distribuir alimentos aos mais necessitados, que também receberam um auxílio financeiro distribuído pelo Estado e doações da população e de empresas. Como as coisas seguiram um bom caminho no Vietnã, o governo acabou doando máscaras e equipamentos para vários países do mundo, inclusive para os Estados Unidos.

 

 

Vivo atualmente num sítio na zona rural de Hải Dương, cidade a cerca de uma hora e meia de carro da capital Hanói. Passei a quarentena estudando pela internet, escrevendo um romance, fazendo vídeos para meu canal no YouTube (Vavalingrado) e ajudando minha namorada, Hue Dương, a cuidar da plantação de goiaba no sítio de sua família. Às vezes, vamos ao centro da cidade para fazer compras.

Como não falo vietnamita, minha namorada é minha intérprete no país (nos comunicamos em chinês). É ela quem me conta o que está sendo transmitido pelos vários alto-falantes instalados nos postes das ruas, um sistema antigo de comunicação, da época da Guerra do Vietnã (1955-75), quando teve papel fundamental na luta contra os invasores norte-americanos. Até hoje serve para transmitir à população os avisos e notícias oficiais. E o faz de maneira muito eficiente, porque as pessoas não podem desligá-lo, como fariam com uma tevê, nem deletar a mensagem sem tomar conhecimento, como no celular. Quando o país implantou as medidas de proteção contra a Covid-19, era pelos alto-falantes que o governo alertava, por exemplo, sobre o uso obrigatório de máscara e a multa em caso de desobediência.

Em 12 de março, tive que viajar para fora do Vietnã, a fim de renovar meu visto, que tinha duração de apenas um mês. Escolhi a Tailândia, onde brasileiros não precisam de visto e eu tenho amigos. Ao retornar, fui obrigado a permanecer catorze dias isolado num apartamento do governo perto da entrada de Hải Dương.

Ao voltar para a casa da minha namorada na zona rural, encontrei o pai dela tomando chá ao lado de um policial, que esperava para conferir a minha temperatura e saber como eu estava. Os dois já sabiam que eu estava prestes a chegar, graças a um aplicativo chamado Zalo, parecido com o WhatsApp, por meio do qual a polícia notifica os habitantes sobre novidades na região, como a chegada de um estrangeiro.

O pai da minha namorada, Dương Van Manh, me ensinou um bonito poema de Hồ Chí Minh, o líder revolucionário comunista que faria 130 anos em 2020 e foi responsável pela criação do Vietnã moderno (ele ficaria orgulhoso de seu país atual). O poema tem muito a dizer sobre os dias que correm: Tudo muda, a roda/da grande lei gira sem pausa./Depois da chuva, bom tempo./Em um piscar de olhos,/o Universo retira suas roupas sujas./Por dez mil milhas,/a paisagem se estende como/um precioso brocado./Luz do sol delicada./Brisa leve. Flores sorridentes/pairam nas árvores,/entre as folhas cintilantes,/todos os pássaros cantam./Homens e animais renascem./O que pode ser mais natural?/Depois da dor vem a alegria.

O Vietnã começa agora a retomar a vida normal. As escolas já reabriram, assim como os bares, restaurantes e lojas. Mas tudo é feito com cuidado, passo a passo. O uso da máscara ainda é obrigatório.

Não sei quando poderei voltar a Wuhan para o meu curso de mandarim, porque a China suspendeu os vistos de estrangeiros. Por enquanto, assisto às aulas online. Na maior parte do tempo livre, sigo vivendo como um camponês vietnamita e cuidando das goiabeiras, que estão cada vez mais vistosas.

Wagner Lacerda Dantas

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