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Havana
A exuberância arquitetônica e as ruínas da Havana de Fidel Castro
Robert Polidori | Edição 18, Março 2008
Embora tenha se notabilizado no gênero conhecido como fotografia de arquitetura, o canadense Robert Polidori sempre foi, na essência, um retratista dos vestígios humanos na arquitetura. Ele revela com igual obsessão os traços e os pedaços de vida que o tempo foi acumulando nas fachadas, edifícios, construções ou interiores que compõem a sua obra. Em suas composições, nada está retratado por acaso. “Cômodos e interiores são metáforas de estados d’alma”, sustenta. Era inevitável que ele se debruçasse sobre Havana, suspensa no tempo por quase cinqüenta anos de revolução, ditadura e desgaste acumulados sob o regime de Fidel Castro. Reunidas como fragmentos de uma biografia visual da cidade, as fotografias que Polidori fez da capital cubana ao longo de cinco viagens adquirem significado especial com a renúncia ao poder de El Comandante. Melhor do que tentar adivinhar como serão os solavancos da herança fidelista é contemplar, com vagar, a arqueologia humana de Havana captada pelo fotógrafo.