O grupo de humoristas ligados a Marcius Melhem e Marcelo Adnet (os primeiros à esquerda) está em consonância com uma tendência mundial que coloca o humor na linha de frente das críticas a governos conservadores, como ocorre nos Estados Unidos, em relação a Donald Trump MARCOS MICHAEL_2019
Humoristicamente correto
Como Marcius Melhem e sua equipe desafiam a tradicional comédia brasileira
Tiago Coelho | Edição 151, Abril 2019
Seis dias depois que Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça, o humorista Marcius Melhem, criador, ator e redator final de Tá no Ar, da Rede Globo, convocou a redação do programa humorístico para uma reunião extraordinária. No encontro, disse que sentia a necessidade de haver na próxima edição do programa uma homenagem à vereadora. Em seguida, pediu uma reunião com o diretor-geral da emissora, Carlos Henrique Schroder, contou sobre sua intenção e mostrou as duas opções de homenagem que tinha elaborado junto com sua equipe.
O projeto escolhido foi levado para o setor de computação gráfica. “Bota no ar”, disse o diretor-geral à Melhem, depois de ver o resultado. Na noite de 20 de março do ano passado, terça-feira, o programa humorístico terminou com uma mudança inesperada para o espectador: o miolo do tradicional logotipo esférico da emissora transmutava-se na silhueta em negro do perfil da vereadora e seu cabelo black power, adornado com uma faixa colorida nas cores do arco-íris. Ao lado da imagem, aparecia escrito: “Marielle Presente”.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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