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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2019

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Imagem maldita

A indesejada dos governos mineiros

Silvana Arantes | Edição 154, Julho 2019

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Era ela a culpada. Só podia ser ela. A suspeita espalhou-se pelos corredores do Palácio da Liberdade – sede do governo mineiro –, alguns anos depois da mudança da capital, de Ouro Preto para Belo Horizonte, em 1897.

A primeira vítima, dizem, foi o governador Silviano Brandão, que, em fim de mandato, resolvera concorrer em 1902 à Vice-Presidência do país na chapa liderada pelo paulista Rodrigues Alves. Vitorioso nas eleições de março, Brandão, porém, não resistiu: morreu em 25 de setembro, sete semanas antes da posse no Rio de Janeiro, então capital federal. Tinha 54 anos.

Seis anos depois foi a vez do governador João Pinheiro, morto aos 47 anos, quando atravessava a metade da sua gestão. Ela parecia ter especial gosto por interromper os governos, como voltou a fazer em 1924: Raul Soares, também no meio do mandato, foi a nova vítima, aos 46 anos.

 

Ficou, então, decidido: era preciso dar um basta.

O secretário do Interior determinou que fosse levada embora do palácio do governo, o quanto antes, a tela A Má Notícia, do pintor Belmiro de Almeida. Todos queriam distância daquela pintura com a reputação de espalhar desgraça entre os políticos com os quais convive. A tela foi degredada para uma secretaria.

“Diziam que o espírito de Maria Papuda havia se incorporado ao quadro e que, durante as madrugadas, circulava pelo Palácio da Liberdade”, contou Rafael Perpétuo, coordenador do Museu Mineiro.

 

Maria Papuda seria uma das moradoras desalojadas do local onde foi construída Belo Horizonte. A alcunha “Papuda” se deve, provavelmente, ao fato de a mulher sofrer de bócio, que causa o aumento da glândula tireoide e, assim, o agigantamento da região do pescoço. “A incidência de bócio em Belo Horizonte era tão grande nessa época que Oswaldo Cruz foi chamado para estudar o fenômeno. A razão disso era a falta de iodo na alimentação”, explicou o jornalista Angelo Oswaldo, que foi presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e secretário de Cultura de Minas Gerais.

 

O mineiro Belmiro de Almeida pintou A Má Notícia durante uma temporada em Paris, onde estudou. Apresentou o quadro no Brasil pela primeira vez em 1897, quando tinha 39 anos, na inauguração do Liceu de Artes e Ofícios, em Ouro Preto. A obra de estilo naturalista foi bem recebida pelo público, e o governo mineiro se apressou em adquiri-la.

O óleo sobre tela em formato circular (emoldurado num quadro de 167 x 168 centímetros) representa uma mulher de longuíssimos cabelos ruivos, tombada sobre uma poltrona e com a mão direita sobre a testa, como se desconsolada com a notícia que chegou por uma carta, que vemos caída ao chão da sala burguesa. Como tem uma moldura preta, a missiva certamente traz o comunicado de uma morte – o que explica o título do quadro.

 

A Má Notícia não é a obra mais reputada de Belmiro de Almeida. Arrufos, pintada dez anos antes e hoje no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, desfruta de mais apreço entre os críticos, com a sua mise-en-scène de uma briga de casal. “Tanto em Arrufos quanto em A Má Notícia, Belmiro se mostra um pintor virtuosista. Ele retrata ambientes cheios de tapeçarias orientais para mostrar, com as minúcias e filigranas de um desenho muito trabalhado, que tem domínio técnico de seu ofício”, disse Angelo Oswaldo. O jornalista ressaltou que o pintor – nascido em 1858, no Serro –, apesar de suas idas e vindas a Paris, estava sempre um pouco atrasado em relação à arte europeia. “Ele começou a fazer pintura pontilhista quando os europeus já estavam fazendo cubismo”, exemplificou.

Apesar disso, Belmiro de Almeida, que morreu em Paris, aos 77 anos, é um dos nomes relevantes da arte brasileira do século XIX. Não só: é também um notável caricaturista, que, no século seguinte, atuou com regularidade em importantes revistas da época, como O Malho e A Cigarra.

 

Despejada do Palácio da Liberdade e indesejada por todos, A Má Notícia vagou por secretarias e repartições, até ser transferida, em 26 de maio de 1942, para o acervo do Museu Mineiro, que, porém, ainda não tinha sede – e só quarenta anos mais tarde ganharia uma.

“Senhor diretor, venho pedir-vos a gentileza de conservar sob os cuidados do Arquivo Público Mineiro, até que o governo organize a seção de pinacoteca do estado, o quadro A Má Notícia, que vos remeto acompanhado do presente ofício. Sirvo-me da oportunidade para apresentar minhas cordiais saudações”, escreveu um “inspetor do expediente, contabilidade e material” da Secretaria de Educação e Saúde Pública, no documento endereçado ao então diretor do Arquivo Público Mineiro. Ali, o quadro foi conservado distante dos olhos do público – e dos governadores, que puderam cumprir até o fim os seus mandatos (descontados os que renunciaram).

A fama de A Má Notícia prosperou, em sentido positivo, no Museu Mineiro, inaugurado finalmente em 1982, no charmoso edifício de estilo eclético em que funcionara, na República Velha, o Senado Mineiro (naquela época, o estado tinha sistema bicameral, como algumas outras unidades da federação). Em 2005, a tela chegou a servir de “garota-propaganda” do museu e foi exposta num shopping de Belo Horizonte em uma ação publicitária cujo slogan era “A Má Notícia vai às compras”.

Enquanto isso, o governo apressava-se na construção da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, a cerca de 20 quilômetros do Museu Mineiro. Em 2010, o chefe do Poder Executivo, as secretarias e vários departamentos do estado se mudaram para lá, abandonando os prédios da Praça da Liberdade, transformados tempos depois em museus e centros culturais. Hoje, A Má Notícia está tão longe da sede do governo quanto o governo do Centro de Belo Horizonte.

Em 2017, depois da restauração de algumas áreas expositivas, o Museu Mineiro foi integralmente reaberto ao público. Desde então A Má Notícia, de relíquia agourenta, passou a queridinha dos visitantes. “É a pérola do nosso acervo”, disse Perpétuo. A tela de Belmiro de Almeida ocupa lugar de destaque na elegante Sala das Sessões, tendo à sua frente uma cadeira que fazia parte do mobiliário do velho Senado. É melhor que ninguém se sente ali.

Silvana Arantes

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