Em 1943, tropas americanas foram enviadas ao Iraque para dar suporte à ocupação inglesa contra a ameaça nazista. O comando do exército incluiu no estojo de sobrevivência de seus soldados um livreto com instruções de como lidar com a população local e ganhar a simpatia dos muçulmanos.
O texto traz dicas de etiqueta e noções básicas sobre a cultura árabe. Há um breve dicionário de palavras e frases, com orientações de pronúncia. O comando do exército americano reconheceu a utilidade do manual ainda hoje, passados 60 anos, e lamenta não tê-lo usado na invasão de 2003.
“Desarranjos intestinais são comuns no Iraque. Fique atento a tudo que você bebe ou come. Você não verá banheiros e terá suas necessidades. Tome cuidado para não ser visto”.
“O aperto de mão é o gesto adequado para encontro e despedidas. Nunca toque em qualquer outra parte do corpo de um iraquiano. Não dê tapinha nas costas, não esbarre nele, não beba na sua presença e não lhe ofereça carne de porco”.
“Nunca recuse uma xícara de café nem a jogue fora pela metade, mesmo que o sabor lhe pareça esquisito. Aceite a segunda xícara, assim como a terceira. A boa etiqueta recomenda recusar a quarta”.
“Seja gentil com os iraquianos, ofereça cigarros, respeite as mulheres e os idosos. Lembre-se que todo americano no Iraque é um embaixador extra-oficial da boa vontade”
“A igreja dos muçulmanos é a mesquita, facilmente identificada por uma torre alta. Fique bem longe dela. Não caçoe de um muçulmano em oração: ele reza cinco vezes por dia curvado em direção a Meca, a cidade sagrada.”
“Pechinchar é o grande passatempo nacional e você terá de praticá-lo. O preço anunciado é geralmente um terço acima do que se deve pagar. A regra de ouro é não ter pressa na barganha. Seja paciente”
“Durante o dia, o Iraque é um dos lugares mais quentes do mundo, enquanto as noites são desconfortavelmente frias. Você encontrará coisas e cheiros que não estão nos filmes das
Mil e uma noites.”