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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2014

esquina

Jina, Jane & Jofa

Um encontro de feministas judias

Anna Virginia Balloussier | Edição 92, Maio 2014

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Jina e Jane não se conhecem, mas ambas participaram, em dezembro, da última conferência da Jofa, sigla em inglês para Aliança Feminista Judaica Ortodoxa, em Nova York.

Aos 23 anos, Jina Davidovich se autoproclama “feminista sem reservas”. De vestido xadrez azul e vermelho, o cabelo castanho dividido para a esquerda, ela ri ao ver a imagem que a namorada artista acaba de lhe enviar pelo iPhone: um quadro com criaturas parecidas com as de Onde Vivem os Monstros. Os monstros de Jina, porém, estão bem mais perto dela que as figuras criadas por Maurice Sendak.

Com a garra e a convicção de um candidato a grêmio estudantil em campanha, a fã de Simone de Beauvoir defende a igualdade de direitos para homens e mulheres na comunidade judaica. O que ela quer é ler em público a Torá, mas não pode. Quer dizer, poder até pode, porque é dona do próprio nariz e faz o que bem entende. Mas não pega nada bem entre seus pares – ao menos é o que sustentam as “alas da direita conservadora que pensam como há 2 000 anos”, diz.

 

A mãe de família Jane Blumenstein não aparenta seus 41 anos. É da turma que adora suco de couve orgânica e faz ioga “para desestressar”. O diploma de serviço social que a Universidade Columbia lhe conferiu está na gaveta: em 1996, casou-se com Jay, um matemático que trabalha com finanças, e logo se ocupou de cuidar dos filhos Jack e Rachel. Tem olhos verdes muito antenados, o cabelo castanho preso num rabo de cavalo jogado para a direita, bem como à direita também se inclinam suas percepções sobre o feminismo. “É uma postura militante na qual não me enquadro.”

Mas, querendo ou não, ela se transformou num símbolo da causa. Foi de curiosa ao evento da Jofa e, no almoço em que compartilhavam wrap de atum acompanhado de batatinhas fritas, ouviu uma conversa entre as colegas de mesa. Seria ou não possível uma mulher liderar uma sinagoga? Ela interrompeu a discussão. “Oi? Como assim? Eu lidero uma.”

Jane é a primeira mulher a presidir o conselho da Ramath Orah, em Manhattan, uma congregação que existe há 73 anos. E não vê nada demais nisso. “Só assumi um papel que ninguém queria. Os homens estavam implorando para que eu o fizesse.”

 

 

Enquanto crescia no centro de cabala do pai, em Los Angeles, Jina Davidovich brincou ao lado de Demi Moore e, “já mocinha”, tomou conta de Lourdes Maria e Rocco, filhos de Madonna, outra frequentadora ilustre (“Adoráveis, mas mimados como qualquer criança rica”).

Judeus ortodoxos se perguntavam onde a família Davidovich, egressa da Moldávia, ex-União Soviética, estava com a cabeça. Certamente não no quipá para os homens. Tampouco na adesão irrestrita ao shabat – o Talmude, um dos documentos sagrados do judaísmo, proíbe 39 atividades entre o pôr do sol de sexta-feira até o de sábado, de “lavar a lã” a “fazer massa”. Em teoria, veta-se até passar um paninho na mancha de ketchup ou preparar purê de batata instantâneo. “A gente dirigia até o templo”, Jina confessa, num flagrante desrespeito ao 39º compromisso: “Não transportar algo de ambiente privado para o público.”

Ela demorou a perceber o lugar da mulher no judaísmo ortodoxo que seus pais seguiam de modo heterodoxo. Hoje, considera-se apta a escrever uma Coletânea das Melhores Desculpas, reunindo todas as “besteiras completas” a que os rabinos recorrem para explicar a inferioridade feminina. Por serem “mais puras e espirituais”, por exemplo, elas não se subjugam às mesmas leis espirituais masculinas, como usar quipá ou ler a Torá.

 

Já ouviu argumentos como: “Mulheres são como passarinhos que, instintivamente, voam para o sul; homens parecem aviões, precisam de um sistema de navegação para sair do lugar” – esse, o preferido de sua colega de quarto, no apartamento que dividem com mais uma garota em Washington Heights, bairro vizinho ao Harlem, em Nova York.

 

Jane Blumenstein abandonou seu BlackBerry por quarenta minutos. Quando o retomou, não deu outra: doze novos e-mails. “É assim”, diz, entre um suspiro e uma colherada do mingau de aveia, num restaurante em Manhattan a duas quadras da congregação que preside.

Ela é uma mulher requisitada. Recebe cerca de 100 mensagens por dia, todas relacionadas à função que abraçou em junho de 2013. É uma espécie de síndica da sinagoga, onde, segundo o judaísmo ortodoxo, mulheres não podem se sentar junto dos homens (é cada um de um lado, estilo “família da noiva para cá, família do noivo para lá”).

Entre suas tarefas, enumera: cuidar das finanças, cumprimentar cada membro que aniversaria (são 140 famílias no total) e garantir que o cano de água não inunde novamente o prédio erguido como uma igreja protestante em 1921. Quando começou a frequentar o templo, nos anos 90, havia vários sobreviventes do Holocausto (hoje resta uma). A comunidade rejuvenesceu: recentemente, precisou transformar um aposento num fraldário.

Na Ramath Orah, descrita pelo jornal local Columbia Daily Spectator como “muito popular entre estudantes da Columbia em busca de um serviço ortodoxo espiritualizado e liberal”, alguns tabus simplesmente não fazem sentido. Quando a filha da presidente completou 12 anos e celebrou seu Bat Mitzvá (a versão feminina do ritual que os meninos cumprem aos 13 anos), as mulheres leram a Torá durante a cerimônia e ninguém se opôs. “Em outras congregações, não ficariam muito felizes com isso”, reflete Jane.

Ela insiste que o feminismo não é sua praia. Diz que o importante é revitalizar a sinagoga. “Não é muito modesto dizer isso”, afirma, “mas acho que faço parte dessa renovação. Gosto de tomar conta das pessoas.”

As quatro horas diárias que Jane gasta, em média, na função, não são remuneradas. “Brinco com os outros membros do conselho que eles não poderiam pagar o meu preço.”

Anna Virginia Balloussier

Repórter especial da Folha de S.Paulo, escreve sobre religião, política, eleições e direitos humanos. Autora dos livros O Púlpito - Fé, Poder e o Brasil dos Evangélicos (Todavia) e Talvez Ela não Precise de Mim: Diários de uma Mãe em Quarentena

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