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    As cubanas Odalis Osorio e Norkis Sanchez moram na Vila Feital, a mesma favela de Mauá, na Grande São Paulo, onde estão seus pacientes; elas vão a pé para o posto de saúde FOTO: STEFAN SCHMELING_2014

questões de saúde

Los doctores

Os estrangeiros, os pacientes e os limites do Programa Mais Médicos

Malu Delgado | Edição 89, Fevereiro 2014

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Dorisvaldo levou um susto ao ouvir a recomendação da médica. “Mas eu tenho que trabalhar, doutora”, respondeu, acabrunhado, assim que a cubana Odalis Osorio Jimenez lhe pediu para ficar quinze dias em casa, de molho. “Uma semana?”, regateou Odalis. Diante de nova recusa, ela fez mais uma tentativa, a contragosto: “Quatro, três dias?” Com um sorriso de canto de boca, ele balançou a cabeça e pareceu, enfim, concordar.

O paciente exibia uma ferida vermelha e úmida, de aspecto aflitivo, que lhe tomava boa parte da canela direita. Com 52 anos, convivia há cinco com o problema, até então sem diagnóstico claro e tratamento adequado. Durante a consulta, que durou cerca de meia hora, Odalis disse que se tratava de uma micose. Uma coisa simples, que a falta de cuidados por anos a fio transformou numa infecção. Passava das nove da manhã do dia 12 de dezembro quando Dorisvaldo Souza Ramos, um pedreiro sem carteira assinada, foi atendido por Odalis na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Feital, na periferia de Mauá, uma das 39 cidades da Região Metropolitana de São Paulo.

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