Vladímir Maiakóvski retratado por Lev Shekhtel em seu primeiro livro: Eu! foi publicado em 1913, em edição litográfica CRÉDITO: HUM IMAGES_ALAMY_FOTOARENA_1913
Maiakóvski, o americano
Três poemas escritos nos Estados Unidos pelo poeta georgiano, nascido há 130 anos
Astier Basílio | Edição 202, Julho 2023
Antes de chegar aos Estados Unidos, em 27 de julho de 1925, o poeta Vladímir Maiakóvski já havia escrito sobre o país que despontava como o novo gigante do capitalismo e, portanto, como principal antagonista da recém-criada União Soviética. “Maiakóvski, antes de sua viagem à América, descreveu Chicago tão claramente que um crítico em 1920 chegou a pensar que ele esteve lá”, me contou Vera Terokhina, pesquisadora de 76 anos do Instituto Górki de Literatura Mundial, em Moscou. Terokhina é a responsável pela mais nova edição das obras completas do poeta georgiano, que terá vinte volumes no total. O sexto tomo foi lançado em abril passado. Em 19 de julho, comemoram-se os 130 anos do nascimento de Maiakóvski, que se suicidou em 1930, aos 36 anos.
Além de referências a Woodrow Wilson (1856-1924), o 28º presidente dos Estados Unidos, nas charges com poemas que publicava pela Rosta – a agência estatal de notícias da União Soviética antes da criação da Tass –, Maiakóvski fez uma menção um tanto circunstancial aos Estados Unidos no longo poema Khorosho! (Ótimo!), em que recorda os anos de fome durante a Revolução Russa. Todavia, a mais expressiva referência ao país ocorre no épico 150 000 000, no qual o apresentou como o rival a ser enfrentado pelos comunistas soviéticos.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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