Mais Supremo e debate entre leitores
| Edição 52, Janeiro 2011
DISSONÂNCIAS MUNICIPAIS
O artigo de Cristina Tardáguila (“Dissonâncias municipais”, piauí_51, dezembro 2010) é raro e muito interessante. Pena que não tenha sido abordada também a questão do ar-condicionado. Pelo menos em duas apresentações recentes o ar teve de ser desligado “a pedido dos músicos”. Mas quando estes não se manifestam, sobra para o pobre público sentado na plateia. Ali, os momentos em que blocos de ar gélido parecem cair do teto são uma tortura – verdadeira provação para o sistema respiratório de inocentes melômanos.
Quanto à acústica, será que alguma concha ou tratamento resolveriam?
Na verdade, o Municipal foi concebido exclusivamente como teatro de ópera, não sendo adequado para apresentações sinfônicas. Em contrapartida, o Rio já dispõe de uma edificação especificamente projetada para concertos, não apenas para ópera. A obra custou caro (tanto quanto outras do tipo e do seu porte em outras cidades), mas pelo menos foi projetada por quem tem expertise internacional no ramo. A tragédia é que o colosso jaz abandonado na Barra da Tijuca e Eurípides pode ajudar a entender por quê. Em nossa versão carioca da tragédia grega, Jocasta está oculta por elipse, mas Laio e Édipo podem ser facilmente identificados e o povo de Tebas, flagelado por essa peste, somos nós contribuintes de IPTU.
PAULO BRAGA_RIO DE JANEIRO/RJ
NOTA DA REDAÇÃO: Ciosos em servir nossos leitores, contratamos os serviços da CIA e de Harold Bloom para decifrar o enigma. Aqui vai: Cesar Maia no papel de Laio, Eduardo Paes no papel de Édipo, a Prefeitura no papel de Jocasta, cariocas no papel da escumalha tebana e Sófocles no papel de Eurípides.
THE BULGÁRIA HERALD
Só o humor para esvaziar a arrogância do poder. “The Bulgária Herald” (piauí_51, dezembro 2010) foi no cravo, mas corram com o segundo número antes que o Franklinstein Martins acorde!
NOTA DA REDAÇÃO: Repelimos as insinuações do leitor neoliberal. Nosso diretor de redação, Olegário Ribamar, é incansável na busca de formas de aderir ao governo (qualquer governo). Não é outra a razão de nosso herói tutelar ser José Sarney.
MENDEL REISMANN_RIO DE JANEIRO/RJ
ESCRIBAS DA PRESIDÊNCIA
Sou pai “curioso” e ao me deparar com a escrita clara da matéria de capa “A oratória do poder” (piauí_51, dezembro 2010), vi que tinha em mãos uma ferramenta interessante. Como leigo em jornalismo e, sobretudo, neófito na arte de escrever, fiz questão de postá-la como indicação de leitura para a turma do meu filho que se forma este ano.
CARLOS ALBERTO BRANDÃO_IMPERATRIZ/MA
CARLOS LESSA
O sr. Lessa (Esquina “O passado tem futuro”, piauí_51, dezembro 2010) é muito comunista com o dinheiro dos outros. Com o dele investe em imóveis, posição dos mesmos portugueses de outrora.
MARCOS UGEDA DE MATOS_SÃO PAULO/SP
CAPA DE DEZEMBRO
Só faltou uma coisa à capa de dezembro: botar o Papai Noel no espeto – afinal não há gorrinho vermelho que dê conta do calor dos trópicos. Fica a sugestão para o próximo natal.
DIOGO CARVALHO_BRASÍLIA/DF
PASTORES E PSICANALISTAS
Quero apenas parabenizar a fantástica matéria de Clara Becker (“A cura pela Palavra”, piauí_50, novembro 2010) sobre os “freudianos de Cristo” (desculpem a piada, não tenho o hábito de perder uma). Eu não fazia ideia da falta de regulação de uma profissão como essa. Sou bacharelando em direito e eterno curioso pelas teorias psicanalíticas. Com a premissa de popularizar a psicanálise, estão distorcendo-a por completo. Sem falar nos enlaces políticos desse pessoal, é a pá de cal que faltava na vã possibilidade de alguma credibilidade.
CIRO PALMEIRA_SÃO PAULO/SP
EIKE BATISTA
A matéria “O que há na cabeça de Eike Batista” (Chegada “Rumo ao topo”, piauí_50, novembro 2010) foi vazia em seu conteúdo, contraditória na sua essência e pobre na sua chamada. Afinal de contas, na cabeça do Eike certamente tem mesmo é tutano. Do contrário, não teria construído todo esse império. Ademais, há muito sobre o que dizer desse brasileiro de 27 bilhões de dólares. Como, por exemplo, discorrer sobre o mapa das suas minas, os meios utilizados que lhe permitiram chegar até elas. Mostrar quais são os projetos sociais que serão, efetivamente, implementados para tirar da condição de indigência os moradores do município Capinzal do Norte no Maranhão e povoados circunvizinhos. Ali foi anunciada recentemente a descoberta de considerável reserva de gás natural, cuja prospecção está a cargo de uma das suas empresas. São essas as questões que nos importam saber. E não sobre as veleidades do homem.
DARCI HONORATO DE LIMA_SÃO LUIS/MA
STF (ainda…)
Faço alguns comentários aos comentários de Gilmar Mendes (piauí_50, novembro 2010):
– Os doutos ministros do STF são pagos (e regiamente) para decidirem e não o fazem.
– Os doutos ministros do STF devem ter reputação ilibada, não podem responder a processos como ocorre atualmente.
– Por que o Estadão continua sob censura?
– Quando assisto ao pugilato verbal dos doutos ministros do STF com suas imaculadas capas e falas empoladas, duas palavras ecoam por horas na minha mente: pernósticos e soberbos.
– Apesar de inegáveis avanços, não temos democracia jurídica. Nenhum dos fatos acima foi criado pela piauí.
VIRGILIO DA SILVA ROCHA JR_RIO DE JANEIRO/RJ
CORREÇÃO
Na edição de junho passado foi divulgada uma informação errada a meu respeito. Na matéria intitulada “A cara do PMDB” (piauí_45, junho 2010) assinada por Consuelo Dieguez, é feita uma síntese da trajetória do vice-presidente eleito Michel Temer. Nela, foi dito que “formado, Temer montou um escritório de advocacia com Celso Bandeira de Mello, Dalmo Dallari e Geraldo Nogueira”. Essa informação é incorreta, pois jamais fui companheiro de escritório de Michel Temer e nem mesmo atuamos juntos como advogados em qualquer caso judicial ou extrajudicial.
DALMO DE ABREU DALLARI_SÃO PAULO/SP