Gilda de Mello e Souza e Antonio Candido: na solidão da viuvez, o crítico vislumbra as poltronas onde os dois conversavam ou dividiam o silêncio CRÉDITO: BOB WOLFENSON_2006
Memórias póstumas de Antonio Candido
Em dois documentários, o legado extraordinário do crítico
Carlos Augusto Calil | Edição 216, Setembro 2024
Entre início de abril e julho deste ano, dois filmes sobre Antonio Candido estrearam em sessões especiais realizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. O primeiro, Antonio Candido – Anotações finais 2015-2017, do diretor, montador e crítico Eduardo Escorel,[1] se baseia nos cadernos do professor e crítico literário. Sua estreia nos cinemas está prevista para 26 de setembro. O segundo, O avô na sala de estar, a prosa leve de Antonio Candido, dirigido por Marcelo Machado e Fabiana Werneck, foi concebido a partir de entrevistas realizadas pela neta Maria Clara Vergueiro, então com 29 anos, com seu avô, que já chegara aos 91 anos.[2]
Os filmes são contrastantes e, de certa forma, complementares. Na sala de estar, Antonio Candido está vivo; nos diários, morto. Nos depoimentos colhidos pelo segundo filme, predomina a linguagem espontânea da fala; na escrita exposta no documentário de Escorel, a linguagem formal vazada numa letra que começa a dar sinais de instabilidade.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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