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    O julgamento dos nazistas, em Nuremberg: “Se alguém mata uma pessoa da sua família, você pode atacar o assassino, mas não todos os parentes e vizinhos de quem perpetrou o crime” CRÉDITO: ROGER VIOLLET_GETTY IMAGES_1945

questões internacionais

Nuremberg, de novo

Um juiz e um tribunal para julgar Putin, Netanyahu e líderes do Hamas

Simone Duarte, de Champéry, na Suíça | Edição 217, Outubro 2024

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Em maio passado, sir David Baragwanath e sua mulher, Susan, fizeram questão de parar na antiga estação de esqui de Struthof, em Natzwiller, na França, quando viajavam de carro de Haia a Genebra. Nessa região idílica quase na fronteira com a Alemanha foi construído em 1941 o único campo de concentração nazista em território francês, denominado Konzentrationslager Natzweiler-Struthof (os alemães germanizaram o nome Natzwiller). Ali, os nazistas submeteram judeus, ciganos e prisioneiros políticos de várias nacionalidades a trabalhos forçados e às práticas mais cruéis, inclusive como cobaias de experimentos pretensamente científicos. Em 1943, o campo de concentração adotou o extermínio por meio de câmaras de gás.

O juiz nasceu em 3 de agosto de 1940 – cerca de dois meses depois da capitulação da França à Alemanha nazista –, em Balclutha, na Nova Zelândia, que ele define como “o outro lado do planeta de Hitler”. Dois anos depois, seu pai foi para a guerra lutar contra os japoneses em Fiji e participou até 1945 da campanha militar nas Ilhas Salomão, na Oceania, a maior dos Aliados no Pacífico. “Minhas primeiras lembranças dele são da época em que voltou da guerra, depois de levar um tiro na cabeça. E já estava com 4 ou 5 anos”, conta o juiz à piauí. “Desde o início da minha carreira, penso no que poderia e deveria ter sido feito legalmente em relação a Hitler, por meio do direito internacional, para garantir a paz. Como muita gente da minha geração, acreditei que, depois dos horrores da Primeira e da Segunda Guerra Mundial, a Carta das Nações Unidas era a resposta.”

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