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    A Terra fotografada por William Anders em 1968: aos olhos do astronauta, o planeta lembrava o “ornamento de uma árvore de Natal” CRÉDITO: WILLIAM ANDERS_CORBIS VIA GETTY IMAGES_1968

despedida

Nosso oásis indefeso

O astronauta que fotografou o nascer da Terra

Dorrit Harazim | Edição 214, Julho 2024

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Foi na véspera do Natal de 1968 que ela surgiu sem avisar, serena e elegante, na escuridão sideral. Brotara de supetão no campo de visão do astronauta William Anders e parecia um imenso oásis azulado em meio ao infinito. Foi tudo muito rápido, atabalhoado até. No interior de um dos módulos da Apollo 8 – primeira missão espacial a orbitar a Lua –, ouviram-se três cliques de uma versão modificada da câmera sueca Hasselblad 500 EL. Coisa de poucos segundos. O suficiente para Anders ingressar no panteão da fotografia do século XX com uma única imagem, e ela – a Terra – ser apresentada à humanidade em retrato transcendental. A foto recebeu o bonito nome de Earthrise (ou Nascer da Terra).

Anders morreu no último dia 7 de junho, aos 90 anos, quando o monomotor T-34 Mentor que pilotava mergulhou no mar das Ilhas San Juan, no estado de Washington, onde ele morava. Graças à longevidade do astronauta, a vida permitiu que desfrutasse plenamente do tardio reconhecimento pelo presente que nos deixou. Os primeiros relatos da missão Apollo 8 produzidos pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, praticamente o escantearam da história oficial. Mais: a boa integração que reinou entre o trio de astronautas em órbita não resistiu às fraquezas individuais que compõem a condição humana quando os três retornaram à Terra.

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