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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL

esquina

O aviador

Ainda que de papel

Pedro Schprejer | Edição 34, Julho 2009

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Na tarde de 2 de junho, terça-feira, dia útil, o estudante de engenharia Leonard Ang lançava aviõezinhos de papel no Parque da Aclimação, em São Paulo. Parecia não ter mais o que fazer.

Logo no primeiro lançamento, seu aeromodelo decolou com tal ímpeto que foi aterrissar no alto da concha acústica. Uma senhora comentou: “Nossa, desse jeito você já pode participar do campeonato mundial!” Ficou claro, nesse momento, que ela ignorava duas coisas: primeiro, que existe, sim, um campeonato mundial de aviõezinhos de papel; segundo, que ela estava falando com o detentor do título de campeão.

Leonard Ang, de 28 anos, não se aborreceu. Já se acostumou ao fato de que pilotos de aviõezinhos não desfrutam do prestígio dos heróis do futebol (nem do vôlei, do tênis, do badmington, da bocha). Um mês antes da apresentação no parque, ele vencera a categoria “duração de vôo” do Red Bull Paper Wings, a Copa do Mundo dos aviõezinhos de papel, em Salzburgo, na Áustria. O título não lhe trouxe medalha, taça, dinheiro e – como se vê – muito menos fama. “Eu prometi que rasparia o cabelo se vencesse. Vai ver que é por isso que ninguém me reconhece”, brinca.

 

Filho de imigrantes asiáticos – o pai veio da Indonésia e a mãe, de Taiwan –, Ang é baixo, forte e tímido. Na escola, nunca perturbou a aula jogando gaivotas, nome vulgar do aeromodelo. Só veio a se interessar por aviõezinhos de papel há três anos, quando soube que seria realizada a primeira edição do Paper Wings. Na ocasião, não conseguiu o índice para chegar à final. “Fiquei nervoso na hora do lançamento”, explica. Três anos mais tarde, depois de treinar muito e de aprender a controlar os nervos, classificou-se nas eliminatórias de São Paulo junto com outros três brasileiros.

O torneio mundial reuniu 253 competidores de 83 países. Além da duração de vôo, havia as modalidades “distância” e “vôo acrobático”. Na categoria em que competiu, Ang superou um suíço e um israelense. Seu avião singrou os céus ao longo de fantásticos 11,66 segundos.

Para quem acaba de se decepcionar, é importante dizer que, se parece pouco, decididamente não é. Quando atirada por um brasileiro comum – desses que no escritório ou na sala de aula, por falta do que fazer, se sentem compelidos a transformar em aviãozinho a planilha Excel ou o dever de química –, a aeronave dificilmente planará por mais de 5 segundos. Tente que você verá.

 

Para ultrapassar a primeira dezena de segundos, Ang treinou metodicamente durante um mês, unindo a preparação física à pesquisa tecnológica. Um piloto de aviões de papel deve ser ao mesmo tempo atleta e projetista. Daí o grande número de engenheiros e físicos que tomam parte nos torneios. O segredo, de acordo com Ang, está em conjugar o melhor arremesso com o avião mais eficiente.

No campeonato em Salzburgo, disputado em maio, os aeromodelos foram confeccionados na hora, apenas com uma folha de papel sulfite A4. Nada de cola ou grampo. Uma vez usados, todos os aviões foram para o lixo – inclusive o vencedor. (Uma gaivota, por mais eficiente e tecnologicamente avançada que seja, não sobrevive a mais de dez lançamentos.)

 

Para fabricar o seu protótipo, Ang baseou-se no aviãozinho do americano Ken Blackburn, considerado o Pelé do ramo. Engenheiro aeronáutico a serviço da Força Aérea americana, Blackburn já escreveu várias obras sobre o assunto, tais como O Livro dos Aviões de Papel, 365 Tiny Paper Air Planes [365 Miniaviõezinhos de Papel] ou Kid’s Paper Air Planes [O Livro dos Aviões de Papel para Crianças]. Para os mais aplicados, o autor publicou também, na internet, um tratado sobre a aerodinâmica dos aviões de papel, com interessantes capítulos dedicados à viscosidade dos fluídos, coeficientes de decolagem e ângulos diedros, além de uma útil bibliografia.

 

Por mais de dez anos, Blackburn ocupou o posto de senhor das artes de manter aviõezinhos no ar. Só recentemente seu nome foi substituído no Guinness pelo do japonês Takuo Toda, que conseguiu sustentar um vôo de 27,9 segundos – 3 centésimos acima da marca alcançada por Blackburn no longínquo ano de 1998.

Os conhecimentos de física adquiridos na faculdade de engenharia ajudaram Leonard Ang a compreender os complexos estudos de Blackburn. Ele aprendeu a prever fenômenos aerodinâmicos como escoamento de ar, resistência e turbulência. Foram mais de 400 aviões até chegar ao modelo atual, com catorze dobras. A confecção de cada exemplar requer no mínimo 2 minutos.

Com o respaldo da experiência, Ang descobriu, entre outras coisas, que é imprescindível vincar as dobras com bastante força, de maneira que o protótipo resulte o mais fininho possível. “Isso reduz o atrito com o ar.” Ele percebeu ainda que um lançamento perfeito depende de diferentes variáveis. “O passo número um é identificar o centro de massa do modelo”, diz, sem se dar conta de que poucos mortais reconheceriam um “centro de massa”, ainda que o conceito lhes fosse formalmente apresentado.

Para permanecer mais tempo no ar, explica Ang, o aviãozinho deve seguir uma trajetória quase vertical, o que exige movimentos bem coordenados da parte do lançador. Ele deve flexionar os joelhos, inclinar o tronco para trás e largar o braço. A sequência lembra muito o que faz Roger Federer na hora do saque (antes de a bola encostar na raquete), mas Ang prefere a imagem do arremessador de dardo. “O dardo e o avião pedem movimentos parecidos. O corpo funciona mais ou menos como uma catapulta”, diz.

Embora já possa ser considerado um ás, Ang não tem a ambição de superar o recorde mundial, 10 segundos acima do seu melhor tempo, de 17,7 segundos. Pretende no máximo defender o título no próximo campeonato. Até lá, talvez altere seu modelo vencedor, pois durante a competição na Áustria ele observou, nos aviões alheios, pequenas variações da gaivota de Blackburn. Chegou mesmo a se envolver numa intriga de espionagem industrial que, na outra ponta, foi protagonizada pelo israelense Gil Dotan: “Ele ficou olhando para descobrir como eu dobrava o meu avião e então eu fiz igual: fiquei olhando para descobrir como ele fazia o dele.” Mas Leonard Ang se justifica, com a seriedade dos acadêmicos: “Era interesse científico.”

Pedro Schprejer

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