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    Celebridades e influenciadores no mundo das bets: a legalização das apostas, comandada pelo Ministério da Fazenda, não levou em conta o vício. Das 209 reuniões sobre o assunto, representantes do Ministério da Saúde estiveram em apenas duas CRÉDITO: BETO NEJME_2024

anais da jogatina

O bonde do tigrinho

Como os influenciadores ganharam fortunas e ajudaram as bets a produzir a pandemia do vício

João Batista Jr. e Alessandra Medina | Edição 220, Janeiro 2025

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Casada com um bombeiro e mãe de um menino, Tathiara Barbosa Fonseca ganhava em média 15 mil reais mensais como corretora imobiliária em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Em maio de 2022, ela vivia uma fase de estabilidade financeira, depois de receber sua parte na venda de um imóvel de família. Nas horas de descanso, sacava o celular e se entretinha com influenciadores nas redes sociais.

Um dia, deslizando pelos stories do Instagram, Fonseca viu a gaúcha Tali Ramos (hoje com 1,5 milhão de seguidores na plataforma) recomendar os cursos de outra influenciadora, Luana Fernandes, de São Paulo. As aulas davam dicas sobre como faturar alto no Aviator, um jogo no qual o usuário tenta adivinhar a hora certa de parar um avião durante a decolagem. Casualmente, o Aviator estava disponível no site de uma casa de apostas online, a Betano, cuja sede fica na Grécia. Na verdade, o Aviator não era feito para jogar – era feito para apostar. A influenciadora dizia recorrer a uma “técnica avançada” que multiplicava cada real em 50 reais. Seu mote era: “1 virando 50”.

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Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

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