minha conta a revista fazer logout faça seu login assinaturas a revista
piauí jogos

    CRÉDITOS: ANDRÉS SANDOVAL_2025

esquina

O detetive altruísta

Um sertanejo à procura de pessoas desaparecidas

Armando Antenore | Edição 223, Abril 2025

A+ A- A

O funcionário público Evanildo Rodrigues da Silva acorda com as galinhas. Todo dia útil, pula da cama às 5h30. Pouco depois, ainda de barriga vazia, já está mexendo na terra. Ele nasceu e mora em Guajeru, cidadezinha do sudoeste baiano que tem 8 mil habitantes. Ali quase não chove por causa do clima semiárido. Cortada pelo pequeno Rio do Antônio, a Caatinga domina a paisagem. “Vivo numa comunidade da zona rural, que abriga cinquenta famílias, se tanto. Em meu sítio, a agricultura e a pecuária são de subsistência. Cultivo milho, feijão, mandioca e uma porção de frutas: manga, seriguela, mamão, coco, abacate, melancia. Também crio aves, porcos e vinte cabeças de gado bovino.”

Silva auxilia o pai octogenário na roça até as 7h30. Em seguida, toma café, se arruma e corre para a Unidade Básica de Saúde (UBS) onde trabalha de recepcionista. Perto das 16 horas, reinicia a lida no campo. “O calor aqui ofende horrores. Então, é melhor cuidar dos bichos e das plantas bem cedo ou à tardinha, quando o Sol fere menos.” Logo após o crepúsculo, o funcionário público volta para a casa térrea de três dormitórios que divide com os pais, a companheira e o filho de 2 anos. No entanto, em vez de descansar, apanha o celular – um Galaxy A31 – e se dedica à tarefa diária de que mais gosta: procurar desaparecidos.

Já é assinante? Clique aqui Só para assinantes piauí

Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

ASSINE