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“Era para espionar”

    CRÉDITO: CÁSSIO LOREDANO_1983

despedida

“Era para espionar”

O escândalo que atazanou o poderoso Delfim Netto, morto aos 96 anos

Ricardo Balthazar | Edição 216, Setembro 2024

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Nos primeiros dias de abril de 1976, o diplomata Guy Mendes Pinheiro de Vasconcellos foi tomado por grande inquietação. Conselheiro da embaixada brasileira em Paris, onde servia havia dois anos, ele organizara com um colega uma reunião secreta fora da representação oficial e estava preocupado com os riscos da iniciativa. Tentara fazer contato direto com um dos seus superiores em Brasília, para pedir instruções, mas, com as comunicações precárias, a ligação não completou. Resolveu arriscar.

Na noite do dia 2, uma sexta-feira, Vasconcellos foi à casa do primeiro-secretário Fernando Antônio de Oliveira Santos Fontoura, seu parceiro na empreitada. Duas outras pessoas tinham sido convidadas para jantar: o coronel Raimundo Saraiva Martins, adido do Exército na embaixada brasileira, e o banqueiro Jacques de Froissard de Broissia, diretor da área internacional do Crédit Commercial de France (CCF), cunhado do presidente francês, Valéry Giscard d’Estaing. Vasconcellos atuou como intérprete para auxiliar o coronel, que não era fluente em francês, e tomou notas durante a conversa, procurando dissimular o interesse despertado pelo que ouvia.

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