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O fantasma do trotskismo

Em plena crise financeira, a mitologia grega cria o novo herói da revolução permanente

Marcos Sá Corrêa | Edição 46, Julho 2010

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A Grécia pode estar quebrada. Mas a mitologia grega acabou de enriquecer o mundo com a história de Kanellos, o cão trotskista. Desde Cérbero, o guardião do inferno, não vinha lá das bandas de Atenas uma entidade canina de tamanha importância, capaz de ofuscar os cortes de salários, aumentos de impostos e outros pratos feitos da crise financeira nas páginas do jornal inglês The Guardian, o primeiro órgão de imprensa a cobrir amplamente a presença de Kanellos em manifestações de rua contra a atual política de aperto fiscal.

Nas fotografias, o vira-lata dava mesmo a impressão de estar em todas. Havia flagrantes de Kanellos latindo de focinho aberto para pelotões de soldados encolhidos atrás de escudos, máscaras contra gases e capacetes. Cenas em que ele encara uma nuvem de gás lacrimogêneo, como se não passasse de gelo-seco em arena de circo. Ou desfila olimpicamente diante de um canhão de água pressurizada, desses que dispersam multidões. E atravessa, como indômito guerreiro, as fogueiras e os destroços das barricadas estudantis, rompe a dentadas cordões de isolamento, corre atrás das motocicletas de policiais ou beberica, no calçamento de Sintagma, a praça do Parlamento e dos tradicionais quebra-quebras, o leite derramado num protesto por fazendeiros. Sempre ao lado do povo e contra o tacão das autoridades.

Segundo o Guardian, Kanellos não dá trégua ao governo grego há pelo menos dois anos. Sem dúvida isso lhe garantiu um lugar no panteão dos heróis mitológicos, já que o animal, em si, morreu em 2008, de velhice, derrotado pela artrite, depois que seus aliados políticos na universidade fizeram uma subscrição para lhe doar uma cadeira de rodas feita sob medida para cachorros com necessidades especiais. Foi enterrado “com honras de inimigo de Estado”, na feliz expressão dos estudantes presentes ao funeral. E virou tema de uma canção, cuja letra, em grego, não deixa dúvidas de que se trata de “uma música para um cão chamado Kanellos”.

 

Pois então, quem seria o impostor das fotos recentes? Tratar-se-ia de um certo Loukanikos – ou Louk, para os correspondentes estrangeiros. Ao que tudo indica, ele é o novo herdeiro de uma dinastia que, a rigor, não começa com Kanellos. Antes dele houve Skaby, a quem o poeta Yannis Ritsos dedicou versos, prometendo revê-lo “em marchas e protestos”. E ninguém se esquece de Papitsa, a cadela negra que os correspondentes internacionais tornaram famosa ao flagrarem-na numa greve de portuários contra armadores chineses carregando na boca um estandarte com as palavras Esmague o Capitalismo!

E o pior é que sobre o pedigree revolucionário de Loukanikos pairam algumas dúvidas. Os atenienses não sabem se ele é um cachorro só, ou muitos – uma verdadeira matilha de sósias do primeiro e único Kanellos, se é que houve mesmo um primeiro e único Kanellos. O nome de batismo se refere à pelagem cor de canela, quase um uniforme do vira-lata grego. A coleira azul no pescoço – que Kanellos e todos os seus sósias parecem trazer ao pescoço – também não serve para identificar o cão, a menos que seja lida bem de perto, coisa que um repórter dificilmente se arriscará a fazer no meio de um corre-corre. Quem tiver a pachorra, ou a coragem, de apurar o que está lá escrito, verá que se trata apenas da informação de que o cão é um macho vacinado, castrado e devolvido à rua pelo poder público. A medida faz parte de um programa de controle populacional adotado às vésperas dos Jogos Olímpicos de 2004, quando o comitê julgou que não ficava bem uma cidade prestes a receber o mundo ter tantos cachorros perambulando à larga. Decidiram reprimir a cachorrada. Vai ver que vem daí a adesão dos vira-latas à revolução permanente.

Marcos Sá Corrêa
Marcos Sá Corrêa

Marcos Sá Corrêa é jornalista. Foi editor de piauí entre 2006 e 2011.

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