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O gênio desaparecido

    Grothendieck (em pé, descalço), num colóquio de geometria algébrica em Mumbai, em 1968: ele sabia uma enormidade sobre matemática, mas pouco sobre si próprio e sobre todo o resto CRÉDITO: TATA INSTITUTE OF FUNDAMENTAL RESEARCH

vultos da matemática

O gênio desaparecido

Alexander Grothendieck era reverenciado por seu trabalho revolucionário. Um dia, ele abandonou tudo e sumiu

Rivka Galchen | Edição 191, Agosto 2022

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Tradução de Sergio Tellaroli

Enquanto vivia num campo de concentração em Vichy, na França, Alexander Grothendieck teve aulas de matemática com outra prisioneira, uma menina chamada Maria. Ela ensinou a Grothendieck, que tinha então 12 anos, qual era a definição de um círculo: é o conjunto de todos os pontos que são equidistantes de um dado ponto. A definição o impressionou por sua “simplicidade e clareza”, escreveu ele, anos mais tarde. Até o momento em que ouviu aquelas palavras, Grothendieck achava que a redondeza perfeita era uma propriedade “misteriosa, fora do alcance das palavras”.

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