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    Caos duradouro: a utilização instrumental dos partidos, como faz Bolsonaro, é mais efetiva como estratégia contra a institucionalidade democrática do que a adesão a uma grande legenda CRÉDITO: CAIO BORGES_2022

questões republicanas

O hacker do sistema político

Enquanto os partidos do campo democrático brincam de amarelinha, Bolsonaro monta seu ringue de MMA do golpe

Marcos Nobre | Edição 189, Junho 2022

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Ao contrário de presidentes do “antigo normal”, Jair Bolsonaro não arbitra conflitos, apenas veta tudo o que é prejudicial à sua base mais direta de apoio. Bolsonaro permite que cada feudo dentro do governo e do Estado estabeleça suas próprias diretrizes, sem coordenação com os demais. Ele só chega quando os conflitos já se acirraram a tal ponto que a situação saiu do controle, quando já não têm mais solução possível e adequada. Foi assim que vetou, por exemplo, a recriação da CPMF e enterrou uma reforma da Previdência que não poupasse militares e policiais. E assim por diante.

Os problemas de coordenação se mostram nesses vários aspectos, portanto: Bolsonaro instalou primeiramente um governo sem quadros aptos, incapaz de elaborar e implementar uma agenda transversal, sem condições de produzir sinergia e eficiência entre ministérios, agências governamentais e estatais. Um governo altamente disfuncional, em suma, que vive do parasitismo do funcionamento corriqueiro do Estado e de suas políticas públicas de médio e longo prazo. Não que dificuldades de coordenação e implantação de agendas transversais não existissem antes de Bolsonaro, pelo contrário. Mas antes dele o sistema político tinha encontrado, aos trancos e barrancos, uma solução mais ou menos funcional para o problema.

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