A obra de Drummond é atravessada pelas oscilações culposas envolvendo o vínculo de classe, o trabalhoso rompimento com a origem oligárquica e a impossibilidade de fazê-lo completamente FOTO_FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA_ARQUIVO-MUSEU DE LITERATURA BRASILEIRA_ CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
O poeta e a pedra
Carlos Drummond de Andrade, Itabira e a mineração
José Miguel Wisnik | Edição 142, Julho 2018
CHEGADA
Em julho de 2014 o acaso me levou a Itabira, onde eu nunca tinha estado. A princípio, tratava-se de participar do Inverno Cultural em Minas Gerais, numa sequência de eventos que passava também por Sete Lagoas, Ouro Branco e São João del-Rei. A viagem teve efeitos inesperados, que desembocam neste livro: na cidade natal de Carlos Drummond de Andrade as marcas do passado, assim como sinais contemporâneos gritantes, pareciam estar chamando, todos juntos, para uma releitura da obra do poeta. A estranha singularidade do lugar incitava a ir mais fundo na relação do autor de “A máquina do mundo” com as circunstâncias que envolvem a “estrada de Minas, pedregosa”, a geografia física e humana, a história da mineração do ferro.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
ASSINELeia Mais