O povo clama: Ricardo Teixeira para presidente do Brasil
| Edição 59, Agosto 2011
FIGURAS DO FUTEBOL
Ótimo o perfil de Ricardo Teixeira (“O presidente”, piauí_58, julho). O Brasil só tem os últimos dois campeonatos mundiais, um vice-campeonato e uma sul-americana graças a ele. Ricardo Teixeira para presidente do Brasil e da Fifa.
MAURO SERGIO DA CONCEIÇÃO_MAGÉ/RJ
Uma façanha. Não queria que a matéria acabasse – tão envolventes e fáceis eram a escrita e a leitura. Foi incrível perceber a intenção das mensagens, apesar de não notar o ponto de vista explícito de quem diz. Em outras palavras, amorteceu-se o polêmico com muita sabedoria. Genial.
SAULLO CARVALHO D’ANUNCIAÇÃO_ARACAJU/SE
Excelente a reportagem sobre o presidente da CBF. No entanto, finda a leitura, uma dúvida fulcral me acomete. Afinal de contas, o presidente comprou ou não o tal casaco de pele? E o preço, era realmente mil euros?
ALEXANDRE CURY, JUIZ DE FORA/MG
NOTA DA REDAÇÃO: O casaco custava mil euros mesmo, mas Ricardo Teixeira não o comprou.
Na matéria, aparece o seguinte trecho: “Filho de um funcionário do Banco Central e de uma dona de casa, Teixeira nasceu em Carlos Chagas, no interior de Minas Gerais.” Impossível, tendo em vista que o Banco Central do Brasil só teve existência legal a partir de 1967.
LUIZ CARLOS LISBOA DA COSTA_SÃO PAULO/SP
NOTA DA REDAÇÃO: Expedito Geraldo Teixeira foi o primeiro delegado regional do Banco Central em Belo Horizonte. Veio transferido do Banco do Brasil, pelo qual se aposentou, apesar de ter trabalhado mais tempo no Banco Central.
CRONÓPIOS
Magníficas, deliciosas, as cartas de Cortázar (“Misteriosa entrega e mudança de si mesmo”, piauí_58, julho), apresentadas por Davi Arrigucci Jr. (meu caro amigo e conterrâneo). Agora, é ter o prazer redobrado de saborear o total dessa correspondência.
IOLANDA GABRIELA DE OLIVEIRA AZEVEDO_SÃO JOÃO DA BOA VISTA/SP
As cartas de Rilke a um jovem poeta serão sempre necessárias. O mesmo se pode dizer da carta de 27 de agosto de 1955, de Cortázar a Eduardo, só para citar uma delas, do magnífico conjunto que Davi Arrigucci Jr. apresenta aos leitores. Serve aos poetas e a toda gente, de qualquer idade.
ARMANDO FREITAS FILHO_RIO DE JANEIRO/RJ
MEMÓRIAS POUCO DIPLOMÁTICAS
Em “A encrenca” (piauí_58, julho), o embaixador Marcos de Azambuja foi infeliz ao generalizar que, “depois que Afonso Arinos, San Tiago Dantas e Araújo Castro saíram de cena, a política externa nacional foi conduzida por pessoas que não tinham a qualidade extraordinária dos nossos triúnviros”. Parece ter escrito a frase só para cutucar Celso Amorim, um diplomata de quilate comprovadamente até mais elevado, mas pelo simples fato de ter feito parte do governo do “sapo barbudo” é desqualificado. A tal da “política externa independente” só foi implantada de fato e de direito com Amorim, e reconhecer isso é uma simples constatação de fatos.
Mais infeliz é ele ainda quando diz que Cuba é “destino quase obrigatório dos brasileiros desejosos de prestar homenagem ao país que, por tantos anos, haviam identificado como modelo, refúgio e aliado. Depois, como quase sempre acontece, o tempo correu, o ímpeto arrefeceu, a moda mudou e a visita a uma Havana cada vez mais empobrecida e irrelevante saiu do nosso roteiro”. Deve, com certeza, viver em outro país, pois continuo com o mesmo ímpeto, acreditando nas mesmas coisas e percebo o mesmo em Lula, Frei Betto, Marco Aurélio Garcia. Ainda bem que a política externa brasileira caminha ao lado dos hoje libertos países latinos, e não eternamente dizendo amém ao “Grande Irmão do Norte”. Azambuja deixou de enxergar o óbvio.
HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO_BAURU/SP
SALVE O NEUROCIRURGIÃO
No seu brilhante artigo (“Com a mão na massa (cerebral)”, piauí_58, julho), Dorrit Harazim traça o perfil dos neurocirurgiões que atenderam o nosso companheiro, escritor e fotógrafo Marcos Sá Corrêa. Marcos deu ao Parque Nacional do Itatiaia a eternidade, com o seu livro Itatiaia – O Caminho das Pedras, escrito, fotografado e lançado em 2003 pela Metalivros. Salve o doutor Thiago de Bellis, do Hospital Miguel Couto, e a equipe da neurocirurgia que atendeu Marcos Sá Corrêa.
LÉO NASCIMENTO_ITATIAIA/RJ
FUTURO DO PRETÉRITO
Ele é sen-sa-cio-nal (Chegada, “Futuro do pretérito”, piauí_58, julho)! Que modéstia é essa? Quem disse que reis no Brasil são só Roberto Carlos e Pelé? Hans Donner é o Rei do Design.
GUSTAVO LAET GOMES_BELO HORIZONTE/MG
O SEM-CARRO
Em nome da Associação Brasileira dos Pedestres pelo Direito de Ir e Vir (Abraspe-Divir), dissociação recente da Associação Brasileira de Pedestres (mais democrática e horizontal que esta), repudio totalmente o artigo pretensamente engraçado de Vanessa Barbara intitulado “O sem-carro” (piauí_58, julho), uma afronta tão grande como estacionar em cima da faixa. Em apenas uma página, ela consegue derrubar por terra qualquer tipo de sentimento solidário a nós, pedestres, que andamos de ônibus por opção política, democrática, contra a ditadura dos que pensam com a cabeça no século passado, seja guiando seus veículos, ou mesmo andando de táxi. O artigo, que espalha o ódio e o rancor pelos 180 milhões de pedestres brasileiros, é totalmente dispensável, como andar de carro para ir à padaria da esquina.
MÁRCIO GARONI_SANTOS/SP
FIGURAS DA SÉTIMA ARTE
Mais longo do que a filmografia de Manoel de Oliveira é o afetado nariz de cera que abre o perfil “O mundo gira e o lusitano roda” (piauí_57, junho). São inacreditáveis 41 linhas, espalhadas em cinco parágrafos, expressando uma fingida surpresa com o fato de o português ainda estar em atividade aos 102 anos.
BRUNO LEITE_JOÃO PESSOA/PB
QUESTÕES AMBIENTAIS
Não sou geógrafo ou físico, mas a reportagem “Contadores de carbono” (piauí_57, junho) tem, a meu ver, dois erros. Em primeiro lugar, não é a radiação solar que causa o efeito estufa. Ela contribui de forma relevante, porém pequena, para o aquecimento da atmosfera. O principal causador do aquecimento é a radiação infravermelha que a Terra emite depois de se aquecer com recepção da energia contida nos raios do sol. Em segundo, o aumento do nível dos oceanos apenas se daria com o derretimento de geleiras terrestres. O derretimento da calota polar do norte, que ocorre sazonalmente, não contribui com o aumento do nível dos oceanos, pois o gelo está boiando e, quando derrete, ganha densidade da ordem de 10%. A perda de volume corresponde exatamente à parte visível dos icebergs. O derretimento contribui, sim, com o aumento da absorção na Terra dos raios solares, já que a reflexão dos raios solares é maior no gelo do que na água. Deve ser muito chato ler um e-mail como o meu, mas também é chato ler uma reportagem tão boa, que tenha dois erros banais.
ANDRÉ CARNEIRO SANTIAGO_BELO HORIZONTE/MG
NOTA DA REDAÇÃO: O leitor tem toda a razão no primeiro caso. No segundo ponto, se bem entendemos, não há conflito entre as suas alegações e a descrição do fenômeno feita pela reportagem – uma explicação sumária que não pretendeu esgotar todos os fatores envolvidos.
SR. NORMA CULTA
Parabéns a Clara Becker pela excelente reportagem “O Sr. Norma Culta” (piauí_57, junho). O texto, além de cativar o leitor, faz um fechamento de muitas das concepções linguísticas estudadas nos cursos de letras e linguística.
MARÍLIA FERNANDES_VINHEDO/SP
PRIMAVERA ÁRABE
Em “Explosões em sequência” (piauí_57, junho), o professor Perry Anderson está de parabéns pela perícia em listar conteúdos históricos, mas cai no maniqueísmo que se tornou consenso na esquerda contemporânea. O artigo erra em simpatizar com qualquer revolta antiamericana. Ele quer que o movimento seja em prol da democracia, ele quer que tome posições políticas internacionais, e ele sonha que daí florescerá o mundo que o Ocidente fracassou em concretizar. Lutemos nós.
MATHIAS JALFIM_PORTO ALEGRE/RS
HIROSHIMA BRASILEIRA
A reportagem sobre a tragédia de Nova Friburgo (“O fim do mundo”, piauí_56, maio) é das melhores coisas que já li. A referência óbvia me parece Hiroshima, de John Hersey, e creio que Consuelo Dieguez retratou a nossa Hiroshima. Foram tantas passagens marcantes que, por vezes, pensei se eu teria coragem para continuar a ler.
GUILHERME BLATT_CUIABÁ/MT