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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2019

esquina

O tapete é o divã

Namastê para a psiquê

Chico Felitti | Edição 150, Março 2019

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A estilista Jenna Miller, uma loira de 1,70 metro, desembarcou da linha F do metrô nova-iorquino faltando poucos minutos para as seis da tarde. Levava um tapetinho enrolado debaixo do braço e o celular na outra mão. “Tô atrasada para a terapia, depois te ligo”, disse para sua mãe, que tentava falar com ela pela quinta vez. Miller entrou às pressas no edifício Cable, na avenida Broadway, espremeu-se no elevador quase lotado e expirou fundo: “Ufa, acho que vai dar tempo.” No 7° andar, tirou o casaco de náilon laranja e, exibindo um macaquinho de lycra preto, entrou na sala nº 735.

O lugar pouco lembra um consultório de psicoterapia. Dez pessoas estavam sentadas em tapetes sobre o piso de madeira, todas elas voltadas para um janelão. Na frente da turma, uma ruiva baixa de cabelos desfiados, Kim Davis, estava em posição de lótus. “É aqui que eu trato da alma e da mente”, sussurrou Miller, enquanto estendia o seu tapete. Naquela terça-feira, o grupo de onze pessoas teria uma sessão de 45 minutos de ioga e depois uma sessão de psicoterapia em grupo com a mesma duração. Ambas seriam conduzidas por Davis, psicóloga com habilitação em ioga.

A aula começou com uma saudação ao sol, que, entretanto, já havia desaparecido do horizonte de Manhattan mais de uma hora atrás. De pé, todos espicharam as mãos unidas na direção do teto e jogaram a cabeça para trás, vergando as costas o quanto podiam.

 

A venda casada ioga + terapia é uma novidade oferecida por Davis em Nova York. “Sempre saí das sessões de ioga mais aberta, mais disposta a compartilhar”, ela contou. “Então pensei: por que não juntar as duas coisas?”

Davis começou sua carreira como psicóloga, e a ioga era apenas um hobby para ela. Só passou a aplicar a técnica do “dois em um” ao lidar com grupos afetados por transtorno de estresse pós-traumático – ela tratou de bombeiros que atuaram nas operações de resgate após o ataque às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001. “Não é um milagre, nem é para todo mundo, mas é um recurso a mais”, afirmou, sobre a função da ioga na terapia.

Desde que a dobradinha começou a ser oferecida para o público em geral, em 2016, mais de uma centena de pessoas passou a frequentar o consultório, na expectativa de superar a depressão, a ansiedade ou o estresse, ou simplesmente conseguir manter relacionamentos mais saudáveis. A psicóloga costuma recomendar que a pessoa tenha alguma experiência, tanto com ioga como com terapia.

 

Era o caso de Jenna Miller, de 33 anos, que trabalha há uma década como estilista freelancer para marcas como gap e Urban Outfitters e, para preservar a sanidade mental e o corpo esguio, enfrenta qualquer parada. Antes de se tratar com Davis, experimentou outra variação do mesmo conceito, a BK Yoga Psychotherapy, praticada no mesmo prédio em que ela mora no Brooklyn. Ali, porém, os dois serviços eram oferecidos em separado. “Não era ruim. Mas eu pagava duas vezes”, disse Miller.

Uma aula em academias de fast yoga de Nova York custa cerca de 30 dólares, mas uma sessão de análise costuma ter um preço mais salgado – um psicanalista estava cobrando 250 dólares por sessão, no mesmo prédio de Davis. Cada sessão dupla de iogaterapia custa de 100 a 150 dólares, dependendo da frequência acertada com o paciente. O valor cobrado por Davis permite que Miller frequente o consultório duas vezes por semana.

Na primeira metade da sessão, os participantes se esforçaram em posturas como “a cobra” (em que a pessoa deita de barriga para baixo e, mantendo as pernas coladas no chão, enverga o tronco e a cabeça) e “cachorro olhando para baixo” (espalmando mãos e pés no chão, a pessoa projeta o quadril enquanto a cabeça fita o chão). Os pacientes são, em sua maioria, gente abonada. Joseph, um quarentão que trabalha num banco de investimentos, começou a frequentar o consultório após um ataque de ansiedade. Sarah, de 27 anos, é sous-chef do restaurante de um hotel cinco estrelas e sofre com dores causadas por movimentos repetitivos. Ao final, suados, todos se cumprimentaram dizendo namastê – saudação de agradecimento em sânscrito usada na ioga – e sentaram-se no chão, formando um círculo. Começou, então, a sessão de terapia, que a piauí foi autorizada a acompanhar.

 

O tema dominante das discussões foi a frustração – com relação ao amor, ao trabalho, às finanças pessoais. Um paciente disse que sua vida sexual com a namorada, com quem está há cinco anos, esfriou progressivamente conforme eles galgavam cargos mais importantes nas empresas em que trabalham. Outra paciente se sentia culpada por não poder mudar de cidade para cuidar do pai, que está com depressão desde que a mulher dele morreu.

Miller contou que sua dívida no cartão de crédito está aumentando como uma avalanche em câmera lenta, pois ela gasta 20% a mais do que ganha. “Em que momento do dia você costuma fazer as compras?”, indagou a psicóloga. “De madrugada. Sozinha. Na internet”, respondeu a estilista. Vários na sala contaram agir da mesma maneira. A terapeuta então indagou se, com tantas compras, as pessoas não estariam querendo preencher mais o vazio dentro delas que o vazio do guarda-roupa. “A-ham”, suspiraram os participantes, em concordância.

Como em outras terapias de grupo, ouve-se mais do que se fala. Na análise com Davis, naquele dia, cada participante disse uma frase ou duas apenas. Parece pouco, mas pode representar um passo enorme para os pacientes. “Digo coisas que nem me ocorrem no resto do dia”, contou Miller. “Deve ser por causa da endorfina da prática da ioga antes.”

Depois de uma hora e meia de exercícios e confissões públicas de problemas muito privados, terminou a sessão de iogaterapia. Miller deixou o prédio se perguntando se deveria ou não jantar fora, em algum restaurante próximo. Acabou decidindo ir para casa. “Preciso economizar, mas acabei comprando uma roupa da Lululemon.” É o nome da grife esportiva do casaco de náilon laranja que ela estava vestindo. “Foi para usar na análise.”

Chico Felitti

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