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O vampiro no apartamento

    Dalton Trevisan em sua antiga casa, na Rua Ubaldino do Amaral, em desenho de Poty: o escritor preferia trabalhar na edícula que mandou construir no quintal e que chamava de “cabana” CRÉDITO: POTY_1992

questões literárias

O vampiro no apartamento

O escritor Dalton Trevisan, que faz 99 anos neste mês, organiza sua vasta correspondência e prepara novas edições de seus contos

Leonardo Fuhrmann | Edição 213, Junho 2024

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Na esquina das ruas Ubaldino do Amaral e Amintas de Barros fica a casa mais célebre e misteriosa de Curitiba. Tem 250 m², desenho arquitetônico muito modesto, paredes externas pintadas de branco, já encardidas e descascadas. A porta é antiga, as janelas decaídas, o muro surrado, tudo conferindo ao lugar uma aparência de abandono. Foi nessa casa que morou o escritor Dalton Trevisan, homem avesso a entrevistas, fotos e visitas, mas que hospedava com prazer em seu vasto quintal um bando de agitados passarinhos.

A casa é uma das raras construções da década de 1920 que sobraram no bairro Alto da Glória. Foi originalmente erguida para ser um galpão de secos e molhados. Passou por uma reforma e ganhou ares de residência, de início composta apenas de sala, cozinha e sótão, onde havia um quarto. Mais tarde, em outra reforma, foram construídos outro quarto, um banheiro e uma segunda sala. Foi assim que o escritor a encontrou quando se mudou para lá em 1953, logo depois de seu casamento. Com 28 anos, ele já havia lançado dois livros: a novela Sonata ao luar, em 1945, e a coletânea de contos Sete anos de pastor, em 1948 – obras que renegou até o ano passado.

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