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    Aos 25 anos e grávida de oito meses, Camila Vallejo é candidata ao Congresso pelo Partido Comunista: "Conheço a sociedade em que vivo, sabia que a direita iria usar minha aparência para nos banalizar. Mas nunca pensei que seria tanto assim" FOTO: FELIPE TRUEBA_EFE_EFEVISUAL

carta de Santiago

O verão chileno

Depois da primavera estudantil, Camila Vallejo e outros jovens líderes tentam abrir caminho entre os dinossauros do Congresso

Josefina Licitra | Edição 84, Setembro 2013

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Esta é a cena. Aconteceu em 21 de maio de 2012. Naquela manhã, em Valparaíso, cidade litorânea localizada a 120 quilômetros de Santiago do Chile, o presidente Sebastián Piñera devia fazer a prestação de contas anual: um discurso perante o Congresso sobre o estado administrativo e político da nação. Ao contrário de anos anteriores, a situação naquele dia era particularmente tensa. No auge dos protestos estudantis – o movimento popular mais importante do Chile desde a redemocratização, em 1990 –, qualquer aparição pública de Piñera era garantia de, no mínimo, uma nova elevação da temperatura das ruas.

Dentro e fora do Congresso havia gente posicionada, embora a tensão fosse diferente de cada lado. Dentro, num ambiente mais calmo, estava Jaime Parada: um vereador e militante dos direitos civis das minorias sexuais que ouvia o discurso sabendo que Piñera se pronunciaria sobre o assassinato de Daniel Zamudio, um rapaz gay. Fora, em compensação, protestando contra Piñera, estavam os estudantes liderados em grande parte por Giorgio Jackson (ex-presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica – Feuc), Francisco Figueroa (ex-vice-presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile – Fech) e Camila Vallejo, vice-presidente da Fech, que, graças a um discurso perfeitamente alinhavado e a uma beleza incomum, deu voz e rosto ao movimento nos principais meios de comunicação do planeta.

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