Artistas plásticos mexicanos retrataram os 43 alunos da Escola Normal de Ayotzinapa que desapareceram em setembro, depois de atacados por policiais e homens armados à paisana
Os 43 que faltam
Como um grupo de estudantes desapareceu num estado dominado pelo tráfico
Carol Pires | Edição 100, Janeiro 2015
No dia em que 43 de seus companheiros desapareceriam, Uriel Alonso Solís ia até a porta do ônibus e voltava. Estava hesitante. Naquela sexta-feira amena, os calouros da Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, do povoado de Ayotzinapa, no estado mexicano de Guerrero, iriam a uma cidade vizinha, Iguala, fazer boteo – as ações em que arrecadam dinheiro para manter as atividades da escola.“Eu me sentia culpado por eles. No meu povoado, vários pais chegaram a me apontar na rua porque eu tinha incentivado seus filhos a ir”, disse-me Alonso, ao relembrar os pormenores daquela noite de 26 de setembro de 2014, nove semanas antes.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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