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    Jovem de classe média e garota de programa vivem dramas distintos em um universo que pode ser comum a ambos ILUSTRAÇÃO: CAIO BORGES_ESTÚDIO ONZE

questões cinematográficas

Paradoxos adolescentes

A rejeição ao realismo nos filmes de Laís Bodanzky e Sandra Werneck

Eduardo Escorel | Edição 43, Abril 2010

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Os adolescentes de As Melhores Coisas do Mundo e de Sonhos Roubados vivem em mundos à parte. O que os separa não é apenas a distância entre o bairro afluente de São Paulo e a favela do Rio de Janeiro. Com idades próximas e vivendo conflitos deflagrados no núcleo familiar, enfrentam tormentos de natureza diversa. Uns lidam com a dificuldade de se situar no mundo, ganhar autonomia e amadurecer; outros, sem deixar de enfrentar as mesmas questões, lutam mais que tudo para sobreviver.

Dirigido por Laís Bodanzky, com roteiro de Luiz Bolognesi inspirado na série de livros Mano, de Gilberto Dimenstein e Heloisa Prieto, grande parte da ação de se passa em um colégio particular. Já em Sonhos Roubados, dirigido por Sandra Werneck, com roteiro baseado em As Meninas da Esquina: Diários dos Sonhos, Dores e Aventuras de Seis Adolescentes do Brasil, de Eliane Trindade, a encenação é fragmentada em múltiplos espaços – a rua, as casas, a praia, um presídio etc. As três personagens adolescentes chegam a usar a camiseta do uniforme e ir à escola pública, mas não têm aula – um dia, o professor falta; no outro, são liberadas porque o comércio foi obrigado a fechar em sinal de luto pela morte de um traficante.

Mano, personagem principal de As Melhores Coisas do Mundo, estuda violão, mas quer tocar guitarra elétrica. Ao longo do filme, o paulatino aprendizado do instrumento simboliza seu processo de amadurecimento emocional. À medida que consegue tocar Something cada vez melhor, expressa o deslumbramento de um menino diante da primeira paixão. Something in the way she moves/ Attracts me like no other lover etc., dizem os versos da canção de George Harrison. O tom romântico embala a vida amena de Mano, sem previsão de dramas de maior gravidade no horizonte.

 

Jéssica, personagem principal de Sonhos Roubados, faz programas em troca de dinheiro. Ela e duas amigas sofrem todo tipo de abuso em relações marcadas pela violência, física inclusive, que parecem aceitar como parte da ordem natural das coisas.

Reconquistar a guarda da filha é o objetivo imediato de Jéssica. Rejeitada pelo companheiro quando engravida, Sabrina dá à luz e cuida sozinha da menina. Daiane denuncia o tio que abusava dela e ele é preso. São pequenas vitórias. No final, quando se afastam juntas pela rua, tudo indica que, por falta de alternativas, não haverá mudanças substanciais na vida delas.

A canção que abre e encerra o filme, composta por João Nabuco, Antonio Villeroy e Eugenio Dale, interpretada por Maria Gadú, alterna melodia romântica e vigor percussivo próprio do funk. Os versos, em tom de lamento, falam de sonhos perdidos ou roubados. E do desejo como algo a ser preservado e satisfeito a todo custo.

 

 

As Melhores Coisas do Mundo mostra um painel de jovens paulistanos de classe média. Laís Bodanzky dirige com maestria inúmeras cenas coletivas envolvendo grandes e pequenos grupos. E recria o ambiente verossímil de uma escola, contando com a colaboração dos diretores de arte e de fotografia, Cássio Amarante e Mauro Pinheiro Jr. Além do excelente elenco de atores e figurantes jovens, à frente do qual está Francisco Miguez, no papel de Mano.

Entre os personagens de Sonhos Roubados há também moradores adultos da favela em pequenos papéis. Interpretados por profissionais experientes, ainda assim compõem tipos esquemáticos ou caricaturais. Com exceção da cabeleireira feita por Marieta Severo, destoam do alto nível do conjunto de atores desconhecidos. Nanda Costa, fazendo a personagem principal, Jéssica, sobressai das interpretações, também muito boas, de Amanda Diniz e Kika Farias, como suas amigas.

A narrativa de Sonhos Roubados é construída, de forma geral, através de cenas envolvendo poucos personagens. O recorte circunscrito, mais intimista, não impede o filme de revelar o ambiente circundante. Sandra Werneck e os diretores de arte e de fotografia, José Joaquim e Walter Carvalho, situam a ação com habilidade nas vielas e no casario amontoado da comunidade urbana.

 

O colégio de As Melhores Coisas do Mundo, considerado um “Big Brother do mal”, soma às funções convencionais a de ser uma rede de intrigas, alimentada pelos próprios alunos através do quadro de avisos e de um dinâmico blog. Assim, uma das principais preocupações de Mano e seus colegas é terem questões íntimas divulgadas, passando a ser conhecidas e comentadas por todos. O colégio reproduz, dessa maneira, em escala reduzida, o que ocorre fora dele: a difusão do que nem sempre é verdadeiro adquire tanta ou mais importância que o fato em si.

Hierarquizar dramas pessoais é falacioso, em particular para adolescentes, pois fatos aos quais o tempo dará a verdadeira dimensão podem parecer questões de vida ou morte. Nesse sentido, talvez seja questionável comparar o Mano, de As Melhores Coisas do Mundo, à Jéssica, de Sonhos Roubados. Quando, porém, os universos dos dois se tangenciam, é preciso reconhecer que, afinal, há uma diferença significativa entre o drama vivido por um adolescente de classe média e o enfrentado por uma garota de programa. É o que ocorre na primeira sequência de As Melhores Coisas do Mundo quando Mano vai com três amigos a um bordel para ter sua primeira relação sexual. A jovem prostituta com quem vai para o quarto poderia, perfeitamente, ser a Jéssica de Sonhos Roubados. Enquanto para Mano e seus colegas o episódio não passa de uma brincadeira.

O roteiro de Luiz Bolognesi, tratando de um mundo mais protegido, dá uma visão atenuada dos conflitos. E a direção de Laís Bodanzky parece voltada, antes de tudo, para encenar com eficiência. Assim, a história não aprofunda as situações propostas; e a diretora, de seu lado, não imprime marca autoral à realização. Em um filme tão competente em seu conjunto, fica a dúvida se essa opção tem propósito estratégico relacionado ao resultado comercial ou se corresponde à convicção pessoal dos autores. A recusa de um viés mais realista terá sido deliberada? O certo é que, a par de suas qualidades, a visão de As Melhores Coisas do Mundo contrasta com a experiência usual das famílias de classe média dos grandes centros urbanos, às voltas com conflitos agudos, levando muitas vezes a desenlaces trágicos.

Além das duas amigas, a relação mais estável que Jéssica estabelece em Sonhos Roubados é com um presidiário. Ela o visita, repetidas vezes, para terem relações sexuais na cela dele. O personagem feito por MV Bill nos surpreende ao propor casamento a Jéssica, “largar tudo e ir com ela para um sítio no interior”. De forma inesperada, infiltra-se, dessa maneira, um projeto idílico marcado por sentimentos nostálgicos.

Por paradoxal que possa parecer, Sonhos Roubados também rejeita o realismo. A imagem é bonita, arrumada, de cores intensas. A tal ponto que pode dar impressão de ter sido feito em uma cidade cenográfica – resultado visual contraditório para um filme ancorado na realidade.

As Melhores Coisas do Mundo e Sonhos Roubados, tão diferentes entre si, cada um com seu leque de qualidades, acabam se aproximando na rejeição que ambos fazem ao realismo.

Eduardo Escorel
Eduardo Escorel

Eduardo Escorel é cineasta. Dirigiu os documentários Antonio Candido, anotações finais, Imagens do Estado Novo 1937-45 e 1968 – Um ano na Vida, entre outros filmes

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