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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL

esquina

Poeta ubíquo

No rastro de Torquato em Teresina

Mariana Filgueiras | Edição flip_2018, Julho 2018

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Osol de domingo faria o asfalto virar goiabada, tivesse o chão alguma memória das goiabeiras plantadas em Teresina no passado. Era o segundo e último dia da Balada Literária, evento que em outubro passado reuniu escritores e músicos para celebrar Torquato Neto. Um dos fundadores do tropicalismo, o jornalista, poeta e compositor é a principal referência cultural do Piauí. Ao cabo das leituras e debates, o poeta e músico Thiago E., de 31 anos, resolveu celebrar o conterrâneo ilustre, visitando todos os lugares batizados em sua homenagem na cidade.

Não são poucos. Apesar do rótulo de maldito nos anos 70, da figura um tanto soturna e de ter experimentado o exílio, a depressão e ter cometido suicídio, Torquato é o nome que identifica diversos estabelecimentos em Teresina. De condomínio de luxo a creche e campus universitário, é difícil andar pelas ruas sem árvores da capital e não deparar com o nome dele.

“Sabe que eu nunca tinha feito isso, apesar de morar aqui desde que nasci?”, perguntou Thiago E., um rapaz de cabelo curto cacheado e bigodinho à Clark Gable. “Para mim, o maior legado de Torquato é ter deixado no ar uma força despachada, resolutiva, o Só quero saber/do que pode dar certo,/não tenho tempo a perder”, continuou, citando um poema de Torquato que ficou mais conhecido depois de musicado pelos Titãs.

 

Em Teresina, quando o assunto não é Torquato, é o calor. “A solução para todos os problemas da cidade seria replantar os pés de manga que arrancaram pra botar esse asfalto”, reclamou o poeta, enquanto ligava o ar-condicionado do carro. A primeira parada foi no bairro de Ilhotas, no Condomínio Torquato Neto, um residencial de classe média. A vizinhança fica perto das ilhotas de pedras fósseis do Poti, um dos rios que atravessam a cidade, e também do conjunto residencial Alô Teresina – trocadilho com um famoso bordão do apresentador de tevê Chacrinha.

Os teresinenses capricham nos nomes de seus logradouros. Havia um bairro sem nome que, de tanto os moradores responderem “por enquanto, não tem nome” quando questionados a respeito, virou Porenquanto. Há ainda o bairro Portal da Alegria, um outro chamado Mafuá, e um terceiro batizado de Vale Quem Tem. Há um ônibus que, a caminho do bairro Vamos Ver o Sol, passa pela avenida Barão de Gurgueia. O letreiro do coletivo foi a deixa para uma banda de música pop local compor a música Vamos Ver o Sol, Barão.

 

Odestino seguinte da excursão foi o bairro de São Cristóvão, onde está a rua Torquato Neto. “Fica logo ali, depois do ferro de engomar”, disse Thiago E., explicando que essa é a expressão que os piauienses usam para designar bifurcações. Teria Torquato morado no ferro de engomar de São Cristóvão? Não: quando a rua foi aberta ainda não havia nenhuma via com o nome do filho célebre.

 

Nela, há cerca de vinte casas de cada lado, e um restaurante de esquina que ostenta um retrato do poeta, com os dizeres: Toda rua tem seu curso,/tem seu leito de água clara, por onde passa a memória/lembrando histórias de um tempo/que não acaba. É um trecho da canção A Rua, de Torquato, gravada por Gilberto Gil no álbum Louvação, de 1967.

A próxima parada – Porenquanto – foi motivo de decepção: a Escola Municipal Torquato Neto já não funciona mais no bairro, diferentemente do que indicava o mapa. Em seu lugar, há um ferro-velho que, além de muita carcaça enferrujada, tem uma placa pendurada: “Vende-se lambedor.” O item em questão é um capricho comum na cidade, explicou o guia, uma mistura de mel com própolis embalada em doses individuais “que todo mundo lambe”.

Já a creche que leva o nome do poeta se chama Educandário Torquato Neto, e há quase trinta anos está instalada no Centro, abrigando cerca de 500 crianças. Na mesma região fica também o Teatro Torquato Neto.

 

Alguns quilômetros adiante, a Universidade Estadual do Piauí exibe o seu Campus Poeta Torquato Neto, com cursos de ciências da natureza, ciências sociais, letras e artes. O batismo se deu em 2004, quando a equipe do então deputado estadual Olavo Rebelo, do PT, notou que o campus, um dos mais arborizados da cidade, era anônimo. Como se comemorava o sexagésimo aniversário do poeta, o deputado propôs a homenagem na Assembleia Legislativa, causando polêmica na universidade – ao contrário do que se possa imaginar, o ambiente intelectual estava dividido. “Torquato está longe de ser uma unanimidade”, disse Thiago E. “Há professores que dizem que nem obra ele tem, que só produziu fragmentos.”

A última parada do périplo seria o Residencial Torquato Neto, erguido no bairro de Esplanada no âmbito do programa de habitação popular do governo federal Minha Casa Minha Vida. Dividido em quatro blocos com cerca de 1 749 casas no total, o conjunto não tem pavimentação adequada desde que foi construído, em 2013, e alaga com qualquer chuva – depois de secas, as ruas se esturricam e formam crateras.

 

Torquato Neto se matou horas depois de comemorar o aniversário de 28 anos, ligando o gás do banheiro. As circunstâncias da morte ajudaram a criar o mito em torno de seu nome. “Imagine que, numa ditadura militar, surge um carismático piauiense da contracultura, parceiro de tantos artistas importantes, e no auge da carreira ele morre”, disse Thiago E. Era previsível, continuou, que as pessoas ficassem órfãs, sobretudo num estado tão carente de figuras de projeção nacional. “Para Teresina reconhecer o que Torquato fez, não adianta só colocar uma placa”, explicou o poeta. “Daí a profusão de homenagens, algumas acertadas, outras totalmente despropositadas.”

Thiago E. estava inadvertidamente próximo da mais desconcertada de todas. Ali mesmo, no Residencial Torquato Neto, os moradores também chamam a estação de tratamento de esgoto pelo nome do baluarte da cultura local. “Sujeira geral”, brincou o poeta ao descobrir a homenagem dúbia. O guia aludia ao título de um texto da coluna “Geleia Geral”, publicada por Torquato no jornal Última Hora. “No texto ele protestava contra o bairrismo desenfreado, dizendo: ‘E a mania de homenagens, homenagens, homenagens…’”

Mariana Filgueiras

Mariana Filgueiras é jornalista, roteirista do filme "De você fiz meu samba" (Conspiração Filmes) e autora de "O avesso do bordado: uma biografia de Marco Nanini" (Companhia das Letras)

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