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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2021

esquina

Projeto Lislu20

Uma enfermeira e sua mãe criam máscara anti-Covid com filtro de café

Tiago Coelho | Edição 179, Agosto 2021

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A enfermeira Lisandra Risi, especialista em produtos médico-hospitalares, é professora do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Ela dá aulas para alunos do oitavo período e acompanha enfermeiros residentes na Central de Material e Esterilização do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel. Quando a pandemia atingiu o país, em março de 2020, Risi e os alunos tiveram que deixar o hospital e se isolar em casa. Os enfermeiros residentes, porém, seguiram na linha de frente do combate à Covid-19.

À medida que o número de infectados aumentava, a situação no hospital piorou. “Foi um colapso de abastecimento que atingiu o sistema de saúde público e privado. Ninguém estava preparado”, disse Risi, de 42 anos. Faltavam máscaras cirúrgicas, aventais, luvas, escudos faciais e equipamentos de proteção individual. “As máscaras passaram a ser lavadas e reutilizadas. Fiquei preocupada”, conta.

Risi tinha experiência em eventos com multidões. Em 2011, ela integrou a equipe de saúde do Rock in Rio, e seu projeto de doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) seria sobre o abastecimento de materiais hospitalares para o Réveillon de 2020. Com o cancelamento da festa, o projeto foi engavetado.

 

 

Aflita com o desabastecimento no hospital universitário e isolada em sua casa no bairro de Ramos, Risi resolveu pesquisar sobre a gripe espanhola e as máscaras usadas há mais de cem anos – feitas de tecido. Também estudou as máscaras cirúrgicas, compostas de duas camadas de tecido com polipropileno que recobrem um elemento filtrante. E teve um estalo: os filtros das máscaras cirúrgicas guardavam grande similaridade com os usados para fazer café, feitos de celulose.

A enfermeira chamou sua mãe, a costureira aposentada Luci Ferreira Rodrigues Risi, de 70 anos, e propôs que desenvolvessem uma máscara usando tecido e filtro de café. Assim, Risi encontrou um novo projeto para o doutorado. E a mãe, que trabalhou a vida toda fazendo vestidos de festa, iniciou sua participação na saúde pública.

Era fim de março de 2020, e naquele momento a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ainda não havia divulgado diretrizes para confecções de máscaras caseiras. Risi recorreu às medidas europeias e pensou em três protótipos: um parecido com as máscaras cirúrgicas, outro com a máscara N95 e o terceiro numa versão híbrida. Todos tinham em comum o fato de serem confeccionados em quatro camadas. “A máscara cirúrgica tem três camadas e a N95 tem cinco, eu pensei em uma intermediária.” Mãe e filha ajustaram duas camadas de tricoline (100% de algodão) na frente e uma no fundo, encaixando no meio o filtro de café.

 

Feitos os modelos, Risi partiu para os testes empíricos. Colocou em si mesma uma máscara sem o filtro e soprou uma vela, que apagou com o golpe de ar. Depois, testou as máscaras com filtro: o sopro não conseguiu apagar a chama. Os protótipos passaram no teste caseiro.

Risi e sua mãe distribuíram as máscaras para familiares, amigos e alguns residentes do hospital, que, em troca, deram retorno sobre a segurança e o conforto. Graças a uma vaquinha online, a enfermeira conseguiu, em maio do ano passado, fazer testes para saber a quantidade de ar que atravessava as barreiras de tecido.

Os testes foram realizados no laboratório do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Cetiqt) do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). No mesmo local, ela testou máscaras cirúrgicas, N95 e de tecido sintético em duas camadas que são vendidas nas ruas. A permeabilidade destas últimas revelou-se bastante alta, deixando passar mais de 30% da quantidade de ar. As máscaras desenvolvidas com filtro de café, segundo Risi, atingiam permeabilidade entre 8% e 17%, índice próximo ao das cirúrgicas e N95 (entre 12% e 18%). Ela publicou um artigo sobre os testes feitos em sua casa e planeja outro, sobre os que fez em laboratório.

 

 

Risi retornou às aulas presenciais no hospital universitário em setembro do ano passado. Perto do Natal, foi infectada pela Covid-19 e viu dois amigos enfermeiros morrerem da doença. “Chegou a minha vez”, ela pensou. Seus sintomas foram leves, mas a morte dos amigos a deixou abalada e desmotivada para prosseguir com a pesquisa sobre as máscaras.

Em fevereiro deste ano, um grupo de pesquisadores da Fiocruz descobriu o artigo escrito por Risi e a chamou para uma parceria. Na estação de trem Central do Brasil, onde a Fiocruz doava máscaras feitas industrialmente, uma costureira instruída pela mãe da enfermeira passou a ensinar os modelos e medidas da máscara com filtro de café a pessoas interessadas em confeccioná-la para venda. O custo de confecção dessa máscara é de 3 reais a unidade. Uma máscara cirúrgica custa em média 50 centavos e a N95, cerca de 1,50 real, mas estas duas precisam ser descartadas depois de um tempo de uso. A máscara de Risi pode ser lavada e apenas o filtro é trocado. A Fiocruz vai implantar o mesmo projeto de ensinar a técnica de confecção das máscaras em pontos de ônibus no Rio e nas centrais de barcas que fazem transporte público na Baía da Guanabara.

A enfermeira fez outras parcerias. A ONG Rio Pela Vida, que atua no combate à Covid-19, custeou o material para a confecção de duzentas máscaras, feitas voluntariamente por Risi e sua mãe. Todas foram distribuídas para gestantes na Clínica da Família Recanto do Trovador, em Vila Isabel. Mãe e filha também se associaram à ONG Viva Rio.

Assim que saíram os resultados dos testes do laboratório no ano passado, Risi patenteou o protótipo, batizando-o de Lislu20 – junção de seu nome e o de sua mãe, Luci. O número 20 remete ao ano que passou, quando se comemorou os dois séculos de nascimento de Florence Nightingale, a patrona da enfermagem. “Fiz o registro de propriedade intelectual para deixar para a história que o projeto foi realizado por uma enfermeira e uma mulher que é costureira, artesã e mãe”, diz Risi. “Daqui a cem anos, se fizerem uma busca acadêmica sobre máscaras, desabastecimento, Covid-19, descobrirão que existe um projeto que pode ajudar cidadãos e profissionais de saúde a se resguardar.”

Tiago Coelho
Tiago Coelho

Repórter da piauí e roteirista de cinema

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