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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2007

esquina

Protegei os narcotraficantes

No México, uma capela para o padroeiro da bandidagem

Ernesto Uriarte | Edição 9, Junho 2007

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Desde o dia em que trocou tiros com policiais federais para proteger o carregamento de maconha deixado sob sua responsabilidade, Alfredo López, de 25 anos, manca da perna esquerda. Não se queixa. Das dezenas de disparos feitos contra ele pelos homens da lei, só um o atingiu, esfarelando um pedaço de osso e rasgando músculos. Com um esgar, o rapaz lembra que a dor foi intensa, insuportável, mas a droga, que era o que importava, escapou sã e salva do cerco. Foi ação divina, afirma. Da perna baleada ele cuidou depois, quando pôde.

López mora em Culiacán, capital de Sinaloa, estado no noroeste do México onde as práticas da narcoviolência são de fazer inveja ao Rio de Janeiro: em 2006, morreram ali 600 pessoas na disputa pelo controle do tráfico. Elmer Mendoza, escritor sinaloense e estudioso do tema, observou que a cultura da violência domina todos os aspectos da cidade: roupas, jóias, música, gosto por automóveis luxuosos e predileção por camionetes 4 x 4. Em Culiacán existe um veículo para cada 4,5 habitantes, quando a média nacional é de um carro para cada 15 mexicanos.

López jamais revela sua identidade verdadeira. Também não deixa passar um mês sem acender uma vela ao santo que venera como seu eterno salvador: Jesús Malverde. Para López, foi o padroeiro dos traficantes que o livrou da morte e é por isso que ele vem bater ponto na capela.

 

Apesar de coxo, López entra apressado. Sofre para encaixar a vela ao lado do busto de cerâmica de Malverde. Seu círio se aperta entre inúmeros outros e ainda disputa lugar com uma imagem da Virgem de Guadalupe, uma do Sagrado Coração e uma da Santíssima Trindade. López fecha os olhos, faz o sinal-da-cruz e começa a rezar La verdadera oración de Malverde: “Hoje ante tua cruz prostrado,/ Oh, Malverde, meu Senhor,/ Peço-te misericórdia/ E que alivies minha dor!/ Tu que moras na Glória/ E estás tão perto de Deus,/ Escuta os sofrimentos,/ Deste humilde pecador”. López está pouco ligando para o fato de que a Igreja Católica não reconhece Malverde. Sua fé despreza canonizações oficiais.

A imagem de Malverde tem cabelos, olhos, sobrancelhas e bigodes negros, veste uma camisa branca e traz um lenço escuro atado ao redor do pescoço. López pede ao santo que o proteja nas próximas transações comerciais. Também sugere, claro, que ele o livre de futuros disparos. Porque é certo que virão.

A capela de Jesús Malverde foi erguida com doações de fiéis, eufemismo para dinheiro do tráfico. Fica aberta 24 horas por dia, o ano inteiro, e recebe três mil pessoas por mês. Teresa Sánchez, dona-de-casa e mãe amantíssima, zela pelo espaço. Não gosta muito de falar de si mesma nem sobre os motivos que a fazem passar noites em claro na arrumação e limpeza do templo. Mas fala sobre seu santo de devoção: “Vem gente de todo o México rezar aqui. Não tem mais lugar nas paredes para pendurar os agradecimentos. Malverde é como Deus para muita gente. Para mim também. Ele roubava dos ricos para dar aos pobres. Era um exemplo de pessoa”.

 

 

A história real de Jesús Malverde é cheia de lacunas. Não existem provas de que ele tenha realmente existido. Não há certidão de nascimento, registro de passagens por prisões ou hospitais, notícias de jornal sobre seus roubos e nem mesmo atestado de óbito. No cemitério, também não há lápide. Os fiéis preferem ignorar os fatos. Afirmam com a convicção dos crentes que Malverde nasceu em 1870 e viveu como um bandoleiro magnânimo, uma mistura de Robin Hood com Jesuíno Brilhante, o cangaceiro romântico descrito por Ariano Suassuna. Contam que foi enforcado em 1909, depois de ter sido traído por um compadre – o que lhe dá ares de Jesus Cristo – e de ter penado com as torturas do governo de Porfirio Díaz.

Capengando, López deixa a capela e vai cuidar da vida. Do lado de fora do santuário, uma banda de meia dúzia de músicos executa a canção que todo devoto de Malverde sabe de cor: “Nesta cidade tão grande parece natural/ morrer baleado às margens de um canal,/ num beco escuro ou na rua principal,/ Culiacán virou o inferno ou é a sua sucursal”.

Ernesto Uriarte

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