A Praça dos Três Poderes em construção: o que vimos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2022 foi a materialização da síntese do Plano de Demolição levado a cabo pelo governo Bolsonaro
Quatro anos em quatro horas
A apoteose do bolsonarismo e um conto de fadas
Fernando de Barros e Silva | Edição 197, Fevereiro 2023
Todos conhecemos o slogan da era JK – “50 anos em 5”. Foi com esse bordão que Juscelino Kubitschek se elegeu presidente em 1955, foi com ele também que anunciou seu Plano de Metas, do qual a síntese era justamente a construção de Brasília. Inaugurada em 1960, a capital encarnava já em sua concepção as aspirações do país à modernidade, ao mesmo tempo que apontava para a interiorização do desenvolvimento e a integração do nosso imenso território. Mais do que uma cidade projetada, e para além do marco que representou na arquitetura do século XX, Brasília prometia ser a materialização de uma sociedade nacional finalmente integrada.
Como sabemos, não deu muito certo. O Brasil jamais superou seus abismos e não vingou como país decente. A própria capital frustrou suas promessas, sitiada desde muito cedo por cidades-satélites que foram se multiplicando e passaram a reproduzir a tragédia urbana e social disponível por toda parte. A criação de Brasília, de qualquer forma, pertence a um capítulo da história brasileira cheio de esperanças e novidades, que os “50 anos em 5” de JK souberam capturar numa fórmula feliz.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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