minha conta a revista fazer logout faça seu login assinaturas a revista
piauí jogos

    A equipe na Transamazônica, em 1978: Cacá Diegues à frente, de óculos escuros, Escorel na câmera e Wilker na janela do caminhão CRÉDITO: ADEMIR SILVA E SILVA_1978

despedida

Roliúde

Os bastidores de Bye bye Brasil, o filme mais importante de Cacá Diegues

Lauro Escorel | Edição 222, Março 2025

A+ A- A

A tristeza provocada pela morte do cineasta alagoano Cacá Diegues, em 14 de fevereiro, me fez lembrar que conheci muito do Brasil graças a seus filmes. Nossa amizade começou durante a década de 1960, no Rio de Janeiro, onde ambos morávamos. Inicialmente, a paixão pelo Botafogo de Garrincha e Didi nos uniu. Depois, as peladas que jogávamos nos fins de semana se encarregaram de nos aproximar ainda mais. Não à toa, no decorrer de quase trinta anos, realizamos quatro longas-metragens juntos – ele como diretor; eu como diretor de fotografia: Bye bye Brasil, Quilombo, Dias melhores virão e O maior amor do mundo.

Desses, o que mais me marcou foi o primeiro. Em julho de 1978, Cacá me chamou por telefone para almoçar no restaurante do Museu de Arte Moderna (MAM), às margens da Baía de Guanabara. Mal iniciamos a refeição, ele disse que tinha gostado da luz em dois filmes fotografados por mim: S. Bernardo, de Leon Hirszman, e Coronel Delmiro Gouveia, de Geraldo Sarno, que acabara de estrear. Logo depois, me convidou para participar de seu próximo trabalho. “Vai se chamar Bye bye Brasil”, antecipou. O longa contaria a história da Caravana Rolidei, um grupo de artistas mambembes que circulava pelo país num caminhão velho para se apresentar em lugarejos onde as antenas de televisão (ou “espinhas de peixe”) ainda não imperavam. Lógico que topei na hora.

Já é assinante? Clique aqui Só para assinantes piauí

Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

ASSINE