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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2011

esquina

Sabedoria invisível

Lições de física, filosofia e expressão pessoal com Rickson Gracie

Renato Terra | Edição 59, Agosto 2011

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“Em uma luta, tem sempre um que fica confortável, e outro, desconfortável.” Eis uma descrição ingênua do que está em jogo num combate corporal. Mas convém levá-la a sério se vier de alguém que diz nunca ter perdido um. Foi o que fizeram os aprendizes hipnotizados que se reuniram às dezenas para ouvir Rickson Gracie.

Ele achou mais instrutivo colocar o conceito em prática. Apontou aleatoriamente para um dos lutadores uniformizados da audiência, solicitou que se aproximasse e deitasse no tatame verde-amarelo. Imobilizou-o e pediu, em voz alta, que o sujeito saísse dali usando as técnicas de sua preferência. Após algumas tentativas infrutíferas do aluno, ficou evidente quem é que estava confortável naquele enlace. O professor trocou de papel com o pupilo e mostrou como um movimento de quadril, associado ao balanço coordenado das pernas, produz o efeito de uma alavanca que impulsiona o adversário para cima – e inverte a relação de conforto da luta.

Aos 52 anos, Rickson Gracie tem a pele morena, os ombros largos e uma forma física de dar inveja a ex-jogador de futebol. Praticante do jiu-jítsu, virou um mito mundial nas competições de MMA – a sigla em inglês para Artes Marciais Mistas, uma categoria que reúne várias modalidades. Gracie aposentou-se oficialmente aos 50 anos. Desde que voltou dos Estados Unidos, onde morou enquanto lutou profissionalmente, promove cursos e oficinas.

 

Naquele sábado, um desses seminários atraiu 134 homens e seis mulheres à sala de convenções de um suntuoso hotel em São Conrado, na Zona Sul do Rio. A inscrição custou 300 reais a cada um deles. Havia desde iniciantes a graduados, de idades variadas. Muitos eram professores. Educados que foram para o exercício do respeito e da disciplina, portavam todos quimonos limpos e chinelos, conforme recomendavam as orientações dos organizadores do evento. Alguns vinham de longe. O professor de aiquidô Marco González voou da ilha de Chiloé, no Chile, especialmente para aprender com o ídolo.

Embalados pelos acordes praianos de Tom Jobim, os inscritos alongavam os músculos no lobby do hotel, enquanto o seminário não começava, despertando a curiosidade de hóspedes bronzeados. O clima era de apreensão. Estavam prestes a assistir ao equivalente de uma aula de piano com o próprio Tom Jobim. Ansiavam por conhecer as técnicas do “jiu-jítsu invisível” que Gracie promete ensinar nessas oficinas. Um jornalista inglês pediu ao lutador que discutisse seus fundamentos. “É difícil relaxar até o ponto em que você sente os ajustes dos movimentos de seu corpo fazerem a diferença”, arriscou, num inglês articulado.

Gracie afirma ter um cartel de 460 vitórias e nenhuma derrota. No entanto, ele não guarda o registro de todos os combates. Quando Romário anunciou seu milésimo gol, alguns jornalistas vasculharam as estatísticas oficiais e contestaram sua alegação. No caso de um campeão de jiu-jítsu, era mais prudente não duvidar.

 

 

Rickson Gracie ficou célebre pela maneira relativamente suave como derrotava adversários bem mais fortes, altos e pesados que ele. Superar assimetrias é próprio do jiu-jítsu, conforme o lutador explicou numa conversa antes do seminário. “Essa arte de defesa pessoal permite que o mais fraco saiba lidar com uma situação inesperada diante do mais forte. Ela deve ser acessível a empresários, crianças tímidas, para as famílias”, filosofou.

Mas Gracie lamenta que os ensinamentos do jiu-jítsu estejam se perdendo. Por isso, decidiu abraçar a missão de propagar o que considera os verdadeiros valores da luta. Ele condena aqueles que a praticam apenas com vistas a um bom rendimento nas competições. O propósito essencial do jiu-jítsu de raiz, acredita, consiste em devolver a autoconfiança às pessoas, por mais inibidas que sejam. “Você tem que pegar uma pessoa que tem medo de sair à rua e fazer com que ela se sinta confortável o suficiente para falar ‘Desculpa, esse aqui é meu lugar na fila’”, exemplificou. “Tem que fazer com que a pessoa possa se expressar.”

Durante o seminário, Gracie ensinou aos alunos algumas técnicas de estrangulamento e imobilização que decerto os ajudariam a se expressar melhor. Muitas delas foram criadas pelo seu pai, Hélio Gracie, patriarca de uma grei de lutadores cultuados mundo afora. Ele mostrou como a distribuição correta do peso basta para imobilizar um brutamontes, ou como uma alavanca com o joelho feita simultaneamente com um movimento com os ombros pode derrubar um Golias. O fundamental, ensinou, é se conectar ao adversário para usar os espaços vazios a seu favor, mesmo de olhos fechados.

 

Cada movimento explicado por ele era praticado em dupla pelos alunos durante alguns minutos. De tempos em tempos, Gracie emitia um assobio estridente e aglomerava todos à sua volta para ensinar um novo truque. Alguns participantes, ao ouvir o assobio, corriam para pegar os óculos largados no canto durante o exercício – era importante enxergar com nitidez mais uma técnica invisível ensinada pelo mestre.

No fim da jornada, Gracie recebeu aplausos demorados dos discípulos, que foram conclamados a formar uma fila para pegar um diploma e, um a um, tirar uma foto com o mestre. “O seminário foi como uma aula de física”, resumiu o chileno Marco González com os olhos brilhando. “São princípios universais, que falam de estabilidade, inércia, gravidade e distribuição de peso.” O professor de jiu-jítsu Leonardo Milward, que tem uma academia em Barra do Piraí, no interior do Rio, aprendeu naquela tarde a melhorar a pegada, a postura e a se conectar com o adversário. O empresário Bruno Magalhães saiu correndo porque tinha um casamento.

Renato Terra
Renato Terra

É colunista da Folha de S.Paulo e diretor de Narciso em Férias e Uma Noite em 67. Publicou Diário da Dilma (Companhia das Letras)

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