Me acostumei a falar em público, mas de uns meses para cá voltei a ficar nervoso. Um médico recomendou meio Propranolol. Há colegas que usam Rivotril ou Lexotan. Alguns bebem ILUSTRAÇÃO: TOM GAULD
Semimorto em Frankfurt
Sessenta tons possíveis para uma grande feira de livro e a pequena vida literária
Michel Laub | Edição 86, Novembro 2013
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Às vezes viajar é ótimo, às vezes é um pesadelo. Eventos de literatura são a mesma coisa. Tenho participado de uns trinta por ano. Não me queixo: faço porque quero, fico feliz que leiam minhas coisas e tenham interesse no que digo. Há escritores com agendas mais e menos cheias que a minha. Poucos não têm agenda além de escrever. Tenho consciência de que afundaria em neurose se ficasse apenas em casa. Ao mesmo tempo, a neurose não respeita aeroportos e hotéis. Passarei as próximas duas semanas na Alemanha, a convite da Fundação Biblioteca Nacional, que trouxe 65 autores para a edição da Feira do Livro de Frankfurt que em 2013 homenageia o Brasil.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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