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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL 2019

esquina

Sertões à portuguesa

Um lisboeta vai filmar Euclides

Gian Amato | Edição 154, Julho 2019

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O diretor Miguel Gomes entrou apressado no Luanda, um café no cruzamento das avenidas Estados Unidos e Roma, em Lisboa, e fez o pedido diretamente no balcão. Minutos depois, a garçonete paraense Jéssica Ramonieli dirigiu-se à mesa na calçada levando a dose de uísque (uma pedra de gelo apenas) e a garrafa de água gelada.

Encravado em Alvalade, bairro próximo do Centro da capital, mas distante dos principais pontos turísticos, o Luanda é um café silencioso, onde se pode conversar com tranquilidade. No interior, os azulejos fazem referência a Angola, ex-colônia portuguesa. As mesas na calçada, cobertas por toalhas amarelas e protegidas por guarda-sóis vermelhos, lembram a entrada de um bar carioca. A maioria dos empregados do Luanda é brasileira, e há tempos o diretor, que mora ali perto, frequenta o local, onde é conhecido como “Seu Miguel”.

Gomes tem 47 anos e é hoje um dos nomes centrais do cinema português, junto com Pedro Costa, João Botelho, Teresa Villaverde e João Pedro Rodrigues – todos eles egressos da Escola Superior de Teatro e Cinema do Instituto Politécnico de Lisboa, uma das instituições que propulsionam a cultura portuguesa desde os anos 90. Realizou seu primeiro longa-metragem, A Cara que Mereces, em 2004, mas somente oito anos mais tarde ganhou projeção mundial, com Tabu, vencedor do prêmio Alfred Bauer de inovação do Festival de Berlim. As Mil e Uma Noites, de 2015, uma trilogia composta de fábulas sobre o passado e o presente portugueses, consolidou seu prestígio. Agora, Gomes prepara-se para filmar uma adaptação de Os Sertões, de Euclides da Cunha. “Vai se chamar Selvajaria”, afirma o diretor.

 

Ele fuma um cigarro atrás do outro. Como o sol arde forte na tarde de 29 de maio, está de camisa branca de mangas curtas e não tira os óculos de sol. O título foi emprestado do escritor suíço Blaise Cendrars, que, muito ligado ao Brasil, planejava uma tradução de Os Sertões – nunca realizada. Neste mês de julho, Gomes participa de um debate na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, que homenageia Euclides da Cunha.

 

Miguel Gomes leu o clássico de Euclides da Cunha pela primeira vez há quatro anos. Ficou imediatamente fascinado com a primeira parte do livro, “A Terra”, e antes mesmo de avançar nas outras duas partes – “O Homem” e “A Luta” – já tinha decidido que adaptaria Os Sertões para o cinema.

No ano seguinte, resolveu vir ao Brasil para conhecer a região de Canudos, na Bahia. Residiu lá cerca de três meses, no total, entre o fim de 2016 e o início de 2017. Ficou impressionado com a realidade medieval e aparentemente imutável, como ele descreve. “Aquilo que está no livro e o que eu vi em Canudos não são coisas tão distantes. O que talvez seja uma tragédia e diga algo sobre o Brasil.”

 

Selvajaria será filmado em cores na mesma região onde foi travada a guerra do Exército brasileiro contra os seguidores do líder religioso Antônio Conselheiro, entre 1896 e 1897. Serão seis meses de preparação para as filmagens, a partir de janeiro de 2020. “O filme não terá atores profissionais: o elenco será formado pela população de Canudos”, conta Gomes. Os habitantes da região também serão contratados para ajudar a construir o cenário. “Gostaria que fizessem Canudos da mesma maneira do passado, desordenadamente.”

De modo a não repetir a forma tripartida de As Mil e Uma Noites, o diretor não vai adotar a divisão original do clássico de Euclides da Cunha. “Selvajaria vai tentar recuperar a lógica, não exatamente a forma do livro. As três partes agora estão diluídas.” O roteiro vem sendo escrito pelo diretor em conjunto com Mariana Ricardo, Telmo Churro e Maureen Fazendeiro – os dois primeiros são portugueses; a terceira nasceu na França.

Orçado em 5 milhões de euros (cerca de 22 milhões de reais), o filme será financiado principalmente por instituições públicas e privadas da Europa. “O financiamento público no Brasil está parado, o que é uma tragédia”, afirma Gomes. Por isso, a parceria com a Ancine, a Agência Nacional do Cinema, não deu certo. Um brasileiro, porém, aderiu recentemente ao projeto: o produtor Rodrigo Teixeira, que teve uma de suas produções, Me Chame pelo Seu Nome, premiada com o Oscar de melhor roteiro adaptado.

 

A violência, a seca e o misticismo no Nordeste são temas que atravessam a história do cinema brasileiro, desde os seus primórdios até Guerra de Canudos, filme lançado em 1997 por Sérgio Rezende, que mais frontalmente tratou do conflito documentado por Euclides da Cunha. Nenhum diretor do país, entretanto, ousou adaptar o clássico publicado em 1902. “Talvez o livro, por ser monumental, intimide os cineastas brasileiros, que nele entraram apenas de viés”, diz a ensaísta e professora de cinema Sheila Schvarzman, que pesquisou a influência dos temas de Os Sertões nos filmes nacionais. “Será interessante ver a leitura de Miguel Gomes, que tratou com tanta profundidade o colonialismo português, o que aproxima o seu cinema de nós, brasileiros.”

“Em padrões convencionais, Os Sertões é inadaptável”, avalia o diretor, que nunca viu Guerra de Canudos. “Inventar um romanesco, uma espécie de novela, seria traí-lo. A única maneira de adaptar o livro é fazer de Euclides da Cunha o protagonista, com sua narrativa apresentada em voz off. Seria uma loucura não dar protagonismo ao texto, um dos melhores em língua portuguesa.”

Gomes explica que seu principal desafio será filmar o sertanejo. “Euclides diz que o sertanejo, antes de tudo, é um forte. Como filmar isso hoje em dia? Será que ele é hoje como foi descrito há cem anos? Às vezes eu acho que sim; às vezes, que não.”

O diretor dá um gole em seu segundo uísque e volta a falar dos percalços de levar Os Sertões às telas. “O fato de ser um português, um ex-colonizador, a poder filmar obra tão axial, fundamental, fez com que pensasse que problemas eu teria”, reflete. “Mas depressa ultrapassei isso, porque dei tempo de sobra aos brasileiros para fazerem o filme. E o livro já não é apenas patrimônio brasileiro, mas universal.”

Gian Amato

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