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Sincretismo sexo-religioso

Como ser rabino, mulher e gay ao mesmo tempo

Tania Menai | Edição 37, Outubro 2009

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A noite cai numa sexta-feira, em Manhattan. Em uma esquina tranquila no bairro do Chelsea, o céu rosado emoldura a Igreja dos Santos Apóstolos, onde os fiéis chegam para o serviço religioso. Salvo por quipás em cabeças masculinas, todos se vestem a passeio – homens de bermuda ou jeans, mulheres de saia. Estão lá para celebrar o início do shabat, o dia do descanso judaico.

Às sete em ponto, a rabina Sharon Kleinbaum abre o encontro com um caloroso Shabat shalom. “Damos boas-vindas ao grupo da nossa sinagoga-irmã de Chicago”, diz, para em seguida iniciar o sermão. Com um discurso firme, ela lembra que a devoção a Deus, nos primórdios do judaísmo, só poderia ser comprovada mediante o sacrifício de um animal no Templo de Jerusalém. “Hoje”, continua, “a religiosidade se expressa com uma simples oração, feita em qualquer canto do mundo.” Assim, mostra, mais uma vez, que nem todas as regras do Velho Testamento devem ser seguidas ao pé da letra. Desde que assumiu o rabinato, em 1992, Kleinbaum se especializou em amainar os cânones de sua religião.

Sharon Kleinbaum é rabina da Congregação Beth Simchat Torah, a mais famosa sinagoga do nicho GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) nos Estados Unidos. Aos 50 anos, ela tem cabelos curtos e se veste de maneira viril, com camisa social e quipá. Dispensa brincos, pulseiras e maquiagem. Em abril, Kleinbaum foi eleita a 25ª entre os cinquenta rabinos mais influentes do país, pela revista Newsweek.

 

Por falta de espaço, a Congregação Beth Simchat Torah se vê obrigada a alugar uma igreja cristã às sextas-feiras, para acomodar pelo menos parte dos 800 seguidores da rabina. Embora a maior parte do público seja formada por casais homossexuais de mulheres ou homens, Kleinbaum afirma que 15% dos fiéis são heterossexuais ortodoxos. “A rabina assistente, Ayelet Cohen, por exemplo, não é gay”, aponta.

Naquela sexta-feira, a igreja estava ocupada por cerca de 100 pessoas. No púlpito, Kleinbaum tinha ao lado um trio de bandeiras: à esquerda, dos Estados Unidos, à direita, de Israel, e no meio, em cores vibrantes, a do arco-íris gay. Uma mesa sustentava duas velas acesas. A primeira, comum a todas as sinagogas, representava a presença de Deus no local. Já a segunda, pintada com uma fita vermelha, estava lá para apoiar os fiéis que lutam contra a Aids.

Enquanto um homem na faixa dos 40 anos dava mamadeira para um bebê, a rabina mencionou um atentado antigay que ocorrera em Israel, dias antes, deixando um jovem tetraplégico. Em seguida, migrou para um assunto que, naquele exato momento, dominava toda sinagoga americana, fosse ela da linha ortodoxa, conservadora, progressista, hetero, homo, bi ou pansexual: mais um escândalo envolvendo Bernard Madoff, o financista judeu preso por surrupiar bilhões de dólares através de um fundo especulativo. “Alguém leu a seção de negócios do New York Times hoje?”, perguntou a rabina, antes de se lamentar, envergonhada, em iídiche: “Oy Gevalt! [Ai, meu Deus!].”

 

Nos dias de semana, Kleinbaum atende na sede da Congregação, no West Village, recanto liberal de Manhattan. Devido ao espaço minguado, a sinagoga fica colada ao escritório, onde a rabina trabalha rodeada de livros e pequenas bandeiras do movimento gay, além dos cachorros Penny e Bella. Kleinbaum tem um relacionamento de longa data com Margaret Wenig, também rabina, com quem criou duas filhas, de 26 e 22 anos, frutos do primeiro casamento da parceira (a mais velha vive hoje em Londres; a mais nova em Buenos Aires).

 

Kleinbaum diz que relativismo religioso provoca a ira dos conservadores, que já lhe telefonaram para atacá-la e ameaçá-la de morte. “Tivemos que chamar a polícia”, conta. “Judeus em geral ainda crescem escutando que alguém da religião não pode ser gay, mesmo em 2009.” Ainda assim, ela reconhece que a situação já esteve pior: “Em 1973, quando nossa congregação foi criada, nenhuma sinagoga do mundo dizia alguma coisa positiva sobre os gays. Nem em Nova York, nem em Tel-Aviv. Nenhum rabino defendia a causa.”

Hoje, a liberdade é explícita. Kleinbaum frequenta assiduamente paradas gays. Dentre os membros da sinagoga, ela diz haver um transexual brasileiro, que, além de trocar o sexo feminino pelo masculino, aproveitou o embalo para se converter ao judaísmo. Há também um grupo de médicas de São Paulo, que frequenta a sinagoga quando está em Manhattan. “Elas são lésbicas. Aqui, dizem finalmente poder ser o que realmente são.” Para provar que a congregação cresce, mesmo entre as gerações mais novas, ela diz ter abençoado “mais de 100 crianças na celebração de Rosh Hashaná do ano passado”, a maior parte filhos de casais homossexuais. Como o grupo ainda era jovem para ter opção sexual formada, os meninos usaram solidéus em cores sóbrias. Mas para os que quisessem algo mais excêntrico, havia alternativa. A sinagoga vende, pela internet, um quipá nas cores do arco-íris.

 
Tania Menai

é jornalista baseada em Nova York. Ela é autora de seis livros, entre eles Unicórnio Verde-Amarelo: Como a 99 se Tornou uma Startup de um Bilhão de Dólares, pela Companhia das Letras

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