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Jogos
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Subverter a propriedade privada com rabiscos. Marcá-la, para, em seguida, tomá-la

    CRÉDITO: THIAGO CONSP_2023

poesia

Subverter a propriedade privada com rabiscos. Marcá-la, para, em seguida, tomá-la

Thiago Cervan | Edição 198, Março 2023

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AUTODIDATA

quando ia à escola
nas manhãs de neblina
e fumaça condensada
olhava os grafismos simétricos
em exposição nos beirais
dos casarões e fábricas

durante as andanças
decifrava o confuso
e fascinante conteúdo
das primeiras
lições de poética:

 

subverter
a propriedade privada
com rabiscos.
marcá-la, para,
em seguida,
tomá-la

 

BALADA DO CAMINHO: O VÔMITO DO VULCÃO

caminhar sem notar
os tremores das placas
tectônicas sob os pés
embora saibamos do
constante movimento
do ventre terrestre

 

caminhar sem saber
se voltaremos pra casa
depois do enquadro
ou se a condenação
ao fogo do judiciário
será por porte ilegal de pinho sol

caminhamos pois
dia mais, dia menos,
a força coletiva da ação
chocará os interesses
dos senhores do mundo
e deste choque
novas veredas se formarão
por onde, descalços,
caminharemos sem pressa
na manhã de um outro calendário

 

LITORAL

 

em cima do rochedo
onde não há faixa de praia
a onda cava o enredo
o sal ajunta na falha

no vai e vem que não cessa
aumenta a arrebentação
cata força a remessa
para entalhar o costão

talha sulcos na terra
choque de conta-gotas
a água no solo emperra
e a pedra não esgota

a maré sobe à noite
no calar do negrume
na luta sem açoite
amola mais o gume

e com causa a onda avança
toma parte da pedra
a pedra também se lança
no talhar que se gera

a pedra recebe o mar
e a onda encobre a pedra
novas formas hão de formar
o balanço não a nega

ao topar com a rocha
rebenta sem descanso
pedra também arrocha
as águas e seu avanço

 

A ARMADEIRA

permanece muquiada
sob blocos e madeiras
mas se é atiçada não deixa
de adiantar as dianteiras

arma sua estrutura
ao fisgar o perigo
no chão de terra dura
vai escudando o abrigo

e se é aporrinhada
combate qualquer peia
prepara os pares de pata
rija, não titubeia

crava a peçonha aguda
formiga, adentra a veia
é quando a visão turva
e emaranha sem a teia

 

TRIVELA

os pés cascudos
no asfalto quente
não fugiam da colisão
estralo e o ai e tudo seguia
nunca precisamos de autoridade
tudo se resolvia ali mesmo
em situações extremas
no máximo uma ou outra paulistinha
e um jogo de corpo mais forte
lesão maior era o tampo do dedão pendurado
algumas vezes sempre tinha um grosso
que usava bicão
e fazia a bola acertar
a caçapa enorme do taioca cheio
dos dejetos da sadia
[e depois da fábrica de suco]
briga mesmo
era quando quem chutava
se recusava a entrar no rio
e trazer a bola
tá com nojinho é?
aí sim, soco, pontapé
e até nome de mãe entrava no meio
os chinelos eram as traves
e os pés não sentiam o ardor do piche
e muito menos a felicidade
grudada nos corpos suados e sujos

Thiago Cervan

É poeta e educador popular. Autor de Não Existem Rotas Conciliatórias de Fuga (Editora Urutau)

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