Templo da confusão
Os enroscos em torno de um prédio da maçonaria carioca
Danilo Marques | Edição 223, Abril 2025
O Centro do Rio de Janeiro é de uma riqueza arquitetônica ímpar, com notáveis construções históricas que demonstram as mudanças na arquitetura brasileira ao longo dos séculos – do período colonial ao moderno, passando pelo barroco, o neoclássico, o eclético e o art déco. Agora, em pleno século XXI, a região deve ganhar um templo maçônico de estilo bastante heterodoxo, que mistura colunas clássicas, vidraças pós-modernas e um grande Olho da Providência – que representa Deus – vigiando a Avenida Presidente Vargas, onde será construído.
As obras da nova sede da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro (GLMERJ), porém, estão paralisadas desde fevereiro de 2024. Não por questão de gosto e anacronismo, mas porque uma vistoria da Defesa Civil constatou irregularidades na construção. Escoras metálicas abaixo da laje estavam tortas, e havia risco de desabamento. Apesar do contratempo, o grão-mestre José Ricardo Salgueiro de Castro segue confiante. “Sabe que eu nem sei mais o porquê do embargo?”, ele diz. “Acho que colocaram muito concreto na laje.”
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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