CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2024
Território acadêmico
Uma indígena entre o doutorado e o Congresso
Leandro Aguiar | Edição 219, Dezembro 2024
Cerca de quatrocentos indígenas aguardavam em frente ao prédio da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais. Egressos de várias partes do estado de Minas, representavam três povos – xakriabá, pataxó e maxakali – e estavam lá para uma ocasião especial: naquela tarde de 30 de outubro, a UFMG daria o título de doutor a uma indígena pela primeira vez em seus quase cem anos de atividade.
O grupo recebeu com algum alvoroço a integrante famosa da banca examinadora: a escritora mineira Conceição Evaristo, doutora em literatura comparada. Joziléia Kaingang, natural da Terra Indígena Guarita, no Rio Grande do Sul, doutora em antropologia social e uma das diretoras do Ministério dos Povos Indígenas, também foi arguir a tese orientada por Ana Flávia Moreira Santos. Só depois chegou a estrela do dia: Célia Xakriabá, de 35 anos, deputada federal pelo Psol de Minas Gerais, para defender seu trabalho de doutorado em antropologia, intitulado Ancestraliterra: sabedoria indígena na política e na universidade.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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