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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2011

esquina

Titilação Titereira

Erotismo de pelúcia num restaurante ultracaliente

Carol Pires | Edição 59, Agosto 2011

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Um boneco de Batman de 50 centímetros de altura foi o primeiro a surgir em cena. Vítima de um embuste armado pela Mulher Gato, estava preso a um mastro de pole dance. Aos berros, chamou pelo Menino Prodígio. Quando o fantoche de Robin chegou para libertá-lo, sua primeira estratégia foi tentar soltar o cinto de utilidades do parceiro que estava preso ao poste. Mas sua mão escorregou e foi parar inadvertidamente sob o calção do Homem Morcego. Constrangido, preferiu abortar o plano.

Mas Robin não esgotara seu arsenal de ideias. Na mala que Batman guardava no quarto ao lado, decerto haveria um utensílio que lhe permitiria desatar o parceiro. Ao vasculhar a valise, o Menino Prodígio encontrou uma coleção de itens que faria corar o comissário Gordon: bolinhas tailandesas para brincadeiras eróticas, um sutiã de armação pontuda estilo Madonna, um CD do Abba e um frasco de lubrificante.

Foi o suficiente para desviá-lo de seu propósito inicial. Embalados pela trilha sonora do seriado de tevê do Homem Morcego dos anos 60, os dois bonecos consumaram a conjunção carnal da qual toda a imprensa de celebridades de Gotham City desconfiava. O que se descobriu ali, todavia, ninguém imaginava: na dupla dinâmica, o expedito era Robin.

 

O desfecho da cena deixou claro para os espectadores que não havia nada de exagero no cartaz que anunciava a atração da noite: “Teatro erótico com sexo explícito entre bonecos.” O esquete estava sendo encenado no bairro de Palermo Soho, em Buenos Aires, num restaurante de nome sugestivo: Te Mataré Ramirez. Candelabros e luzes rubras ditavam o tom lascivo do ambiente. Sobre as mesas pretas forradas por toalhas vermelhas, saleiros em forma de espermatozoide reforçavam o convite do lugar para que casais descobrissem ali “prazeres epicuristas carnais e espirituais”.

Para se assistir ao espetáculo Títeres Bien Hot, encenado pela trupe 69 a la Cabeza, a casa não cobra couvert artístico, mas a consumação mínima é de 130 pesos (cerca de 50 reais). Para a abertura dos trabalhos etílicos, a sugestão óbvia é um Sex on the beach, o papai e mamãe da carta de drinques. Uma ideia mais criativa seria o insinuante coquetel Sumisa y perversa. Enquanto contemplam os bonecos se atracarem, os comensais podem saborear uma salada De labios fundentes y deseo inflamado ou, para os mais assanhados, Gritas extasiada mientras pides penetración. Os pratos principais não deixam por menos. Entre as opções mais lúbricas, estão Los tres reíamos en clima de erótica kermes e Tesouro de mi lengua encendida.

No segundo esquete da noite, o pretexto para a volúpia mais uma vez foi a encenação de um salvamento. Com os braços amarrados, surgiu em cena uma mulher de cabelos vermelhos e boca grande. Um policial chegou para socorrê-la e ouviu seu relato: não fazia muito, ela havia sido molestada por um bando de delinquentes que a prenderam no final. Prestimoso, o agente da lei procedeu sem mais delongas à reconstituição do crime. Mas foi repreendido pela vítima. “Eu peço um bombeiro com mangueira e você me vem de policial e cassetete?”, reclamou. “Você nunca me ouve mesmo!”

 

 

Os bonecos de pano e pelúcia são controlados pelos cinco atores da trupe, que manipulam varas presas aos pés, joelhos, cabeça e braços dos personagens. Por conta das varas, os artefatos devem ser chamados de fantoches (a definição inclui também os bonecos que ganham movimento pela mão do ator encaixada dentro do corpo de pano). Se fossem manipulados por meio de fios, seriam, claro, marionetes. Quem se confundir pode chamar ambos os tipos pela forma mais genérica, “títeres”.

Os fantoches pornôs são um gênero portenho, filho bastardo do teatro experimental. Não é fortuito que tenha surgido ali: a cultura bonequeira é coisa séria na Argentina, onde os titereiros se reúnem em sindicatos e associações políticas. Os registros mais antigos de teatro de bonecos remontam ao início do século passado, no bairro portuário de La Boca.

Para a trupe 69 a la Cabeza, a tradição dos fantoches mostrou-se um suporte apropriado para as investigações sobre o erotismo no teatro que interessavam a Mayra Carlos, Carolina Tejeda e Sebastián Terragni. O primeiro espetáculo do gênero – 12 Polvos (12 Transas) – foi montado em 2000, já com a presença de Cecilia Villamil. Com a inclusão de um quinto elemento, Ariel Bottor, o grupo ganhou a formação e o nome definitivo com o qual estreou em 2003.

 

A trupe apresenta seu espetáculo às quintas-feiras. No resto da semana, os integrantes tocam projetos paralelos. Como se veem pouco, aproveitam o dia do espetáculo para discutir novas ideias. Mas já aconteceu de serem mal interpretados ao comentar a atuação da noite no ônibus de volta para casa. Não foram poucos os olhares de reprovação que se voltaram para o grupo quando a atriz Cecilia Villamil disse que o colega Ariel Bottor tinha que ter agarrado seus peitos antes de dizer determinada réplica, e não depois.

Para costurar o enredo das histórias, o grupo não se inspira no Decamerão nem nos filmes da produtora Brasileirinhas. “Tem sempre um espectador que vem ao final do show dizer quais são suas fissuras, e a gente vai incorporando”, disse Bottor. “Pode ser um ménage à trois, um ataque do diretor do FMI, coisas da tara de cada um.”

Uma fantasia recorrente incluída no repertório é a do prestador de serviços. Num dos esquetes, uma dona de casa em trajes mínimos chama um encanador para resolver um vazamento na cozinha. Quando o marido chega de surpresa e vê o belo mancebo mexendo na pia que lhe pertence, não compra briga. Em vez disso, aproveita para entrar na brincadeira e acaba surpreendendo a plateia com o tamanho de sua pança e de outras saliências da sua anatomia.

O efeito foi tornado possível graças à sensibilidade do artista plástico Gustavo Garabito, que procura reproduzir a diversidade estética da vida real nos bonecos que esculpe para o grupo, em látex. “Assim é a biologia”, filosofa Bottor.

Carol Pires
Carol Pires

É jornalista, roteirista, colaboradora do New York Times e colunista da Época online. Foi repórter da piauí de 2012 a 2016

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