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poesia

Um último crime

Natasha Felix | Edição 176, Maio 2021

A+ A- A

eternamente Lázaro e um punhado de agulhas nas suas chagas.

 

RESTOU UM ÚLTIMO CRIME 

que os bons amigos me perdoem.

 

esperei que os olhos do meu pai fossem também meus olhos.

e agora com a cidade desabitada de humor

cavo com as unhas curtas entoco coisas escondo gente assisto

 

Lázaro desovar o corpo do outro lado do manguezal

& atenta me preparo para afundar.

 

QUERO A FACA E AS CABEÇAS

 

                                   a função da pessoa santa é ser perturbadora
anne carson

todos que nascem têm dupla cidadania, no reino dos sãos e no reino dos doentes
                       susan sontag

 

1

agir com o fígado, a última promessa de Lázaro.

2

Lázaro quando te chamo leão de chácara é para atravessar em
paz a portaria do céu
Lázaro se te digo Lázaro ainda não aprendi a amar
as coisas perdidas é porque
me barram mais uma vez Lázaro
me leva até o limite da cidade faz da minha boca o bidê
dourado Lázaro quero Lázaro dourado escorrendo
pelas cáries atrás de um caminhão velho longe
das câmeras bem perto
do coração do mundo um lugar
tão bonito que me ferisse te digo de novo
meu terror ninguém rouba de mim
Lázaro                   me condena ao reino da glória
e com os meus joelhos no asfalto quente
faz de mim a sede Lázaro

3

se meu cheiro nos teus dedos te perseguisse
ao invés deles
ainda assim restaria pelo que atear fogo

4

Lázaro só meu coração
meu coração de napalm nas tuas vigas

5

chega como o incêndio e a polícia abafando o caso sou

a cadelinha que te lambe as feridas sou Museu Nacional
Dique de Sambaiatuba as
mãos se adiantando por debaixo da tua blusa uma vez
mais                 ousem nos perturbar
carreguem consigo a culpa

6

agora               exijo a faca e as cabeças.
um pouco mais de ar de onde roubar.

7

uma cabeça de cavalo em Lázaro
relinchando de quatro no que agora são escombros
poeira, farpas, a casa que te obriga a sair,

aqueles que perseguem o nosso crime ainda impunes

Lázaro no interior do interior golpe

dando coices.

CRÉDITO: LUCIANO FEIJÃO_2021

Natasha Felix
Natasha Felix

Poeta e performer, é autora de Use o Alicate Agora (Macondo)

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