Angela Davis e Gina Dent autografam seu livro para detentas: “Se as prisões surgiram ao longo da história, também podem deixar de existir. Por isso pedimos sua abolição”, diz Davis CRÉDITO: EMILY ALMEIDA_2023
Uma abolicionista no Brasil
Angela Davis e sua luta pela extinção total das prisões no mundo
Emily Almeida e Tiago Coelho | Edição 210, Março 2024
Nova York, 1970. Acusada de participação em um assassinato na Califórnia, a professora de filosofia e ativista política Angela Davis iniciou uma fuga que durou dois meses. No dia 13 de novembro, o FBI a capturou em Nova York. Algemaram suas mãos com tanta força que ela achou que sua circulação sanguínea seria interrompida. Ao entrar na casa de detenção feminina, a ativista viu chegar num ônibus um grupo de presas, todas negras ou porto-riquenhas. Davis foi levada para uma solitária, que media 1,50 metro de largura e onde havia uma cama e um vaso sanitário sem assento. Em sua autobiografia, ela escreveu: “No pesado silêncio da prisão, descobri que, se me concentrasse o suficiente, poderia ouvir os ecos das palavras de ordem sendo gritadas do outro lado dos muros: ‘Libertem Angela Davis!’”
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Repórter da piauí e roteirista de cinema